Servidores devem se unir para combater a reforma da Previdência
A proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Lula é uma declaração de guerra aos servidores. No início das negociações, o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, afirmou que queria um debate com a sociedade, no entanto, nenhum dos compromissos assumidos por ele foram confirmados quando da apresentação do projeto de reforma da previdência ao Congresso.
  A falta de compromisso levou vários parlamentares do seu partido, o PT, a não comparecer à entrega do projeto, e outros, a se rebelar publicamente contra a proposta. Eles, assim como muitos de nós, analisam que, a princípio, os interesses defendidos pelo governo FHC são os mesmos defendidos agora pelo presidente Lula e o PT.
  A criação de grupos de discussão sobre a reforma da Previdência dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), parecia ser um caminho para o diálogo, mas também as propostas surgidas lá, foram descartadas sumariamente. Para que serve então o CDES ? É apenas mais um palco para demagogia, enquanto o governo age com totalitarismo ? Ou é apenas um circo, onde grande parte dos personagens são notórios devedores do Fisco e nós formamos o grupo de palhaços ?
  Nos parece é que este governo está despreparado para exercer suas funções e até mesmo os princípios básicos e democráticos de discussão sempre adotados pelo PT, antes de sua chegada ao poder.
  Os servidores públicos aposentados devem rechaçar esta proposta de reforma. Queremos discutir e corrigir distorções no sistema previdenciário, mas não desta forma antidemocrática e não baseados na premissa de que os servidores aposentados são os culpados pelas mazelas da Previdência.
  Será uma luta difícil. Aliados do passado agora são inimigos. O PT ameaça expulsar de suas fileiras quem não aceitar o cabresto. O governo busca fazer negociações em separado com entidades que dizem representar os servidores e, no entanto, estão defendendo interesses particulares, tudo nos bastidores.
  Temos que nos unir para a guerra que começa e buscarmos novos caminhos. Se é o confronto que o governo procura, não iremos fugir.
  Vamos à luta.