Personalidade

Francisco de Assis Gomes

Francisco de Assis Gomes, mais conhecido como seu Xico, 68 anos, casado, seis filhos, cinco netos, é natural de Ingá/PB. Tem no currículo 26 anos prestados ao serviço público na Receita Federal.
Seu primeiro cargo na SRF foi de chefe substituto da ARF - Sapé/PB, em 1977. Ocupou também os cargos de chefe da ARF - Cuité/PB e chefe substituto da Seção de Isenção, Restituição e Incentivos Fiscais da Divisão de Tributação, aposentando-se como chefe do Setor de Atividades Auxiliares da DRF/João Pessoa - PB.
Seu Xico conta que ingressou na Receita como agente administrativo, e que sua primeira batalha foi com a  transformação do cargo de agente em TTN, o que exigiu um novo concurso de caráter eliminatório.
Indignado com a possibilidade de ter que realizar novas provas, Xico elaborou um relatório explicando as razões pelas quais a categoria não precisava passar por novo concurso e partiu rumo a Brasília para conversar com parlamentares. “Saí desiludido, mas cheguei lá. Realizei uma luta paralela ao grupo de agentes estaduais, que também lutavam para a criação da carreira”, disse.
O trabalho parlamentar trouxe resultados. Indo de gabinete a gabinete, entregando seu texto e defendendo os direitos dos colegas, Seu Xico conseguiu agendar audiência com o ministro da Fazenda da época, Maurício Nóbrega, que atendeu as suas reivindicações e retirou o caráter eliminatório das provas.
Mais tarde foi transferido para a Agência da Receita de Cuité, onde além de realizar seu trabalho como servidor prestou assistência aos moradores do local. Foi um dos idealizadores da Fundação Educacional e Beneficente do Curimatau, que dava aos jovens da pequena cidade a oportunidade de concluírem o primeiro e segundo graus. “O serviço público tem disso, eu trabalhava para servir o público, tentei dar o que podia”.
Em 2000, Xico planejou a primeira comenda do Sindtten, aprovada pelo CNRE do mesmo ano, que visa congratular as personalidades do Sindicato.
Batalhador, sua última participação na luta pela carreira foi na recente Marcha de Agosto contra a reforma da Previdência, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. “Foram horas de viagem, mas nada me impediu de lutar, participei com toda garra e determinação”.
Seu Xico faz questão de ressaltar que a categoria possui o atual prestígio devido “a grande administração de Hélio Bernades e a continuação de Reynaldo Puggi, que valorizam os Técnicos e principalmente os aposentados”.

Recado para os aposentados:

“Colegas, saiam da omissão, peguem seus cajados, vamos as ruas, proclamem aos quatro cantos do Brasil que estamos vivos e que este governo não representa nossos direitos. Podemos não ter o direito de greve, mas temos o poder do voto. Vamos a luta!”.


Carta aberta aos colegas



Xico Gomes

Um pingo d’água no meio do oceano, assim foi a declaração do deputado federal paraibano Padre Luiz Couto ( PT ), no Jornal Correio da Paraíba, edição de 12-08-2003, ao falar da Grande Marcha de agosto na Esplanada, em Brasília.
Não censura e não denuncia o nobre deputado o dinheiro retirado dos cofres da Previdência como empréstimo para a construção de Brasília, Ponte Rio Niteroi, a rodovia Transamazônica e a retirada para pagamento da divida externa o deputado em apreço, não relata se o governo faz o seu repasse da parte que lhe é atribuída ao INSS.
É necessário que os parlamentares e governantes saibam que foram eleitos pela população brasileira para uma administração voltada para o presente, não deixando de lado a responsabilidade de corrigir os erros administrativos praticados no passado.
Hoje, ao parar para uma reflexão, veio na minha mente como se fosse um filme , cenas das lutas do passado quando tínhamos o PT ao nosso lado, os oradores, inclusive o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que na euforia dos seus discursos cativava a todos e fazia com que nós, servidores públicos mantivéssemos a esperança de vermos um novo Brasil. Nas lutas derrubamos  Collor e o poder das reformas de FHC, assegurando todos os nossos direitos já estabelecidos na  Constituição.
Acreditei na ética e na ideologia do PT. Militantes ou não, juntamos nossas forças na luta para elegermos um trabalhador. Nossos pensamentos não estavam voltados para aumentos de salários, mas, para que tivéssemos um governo coerente com a sua trajetória de vida sindical.
Por este motivo, permitam-me colegas, entrar em vossos lares para pedir desculpas pelo constrangimento causado por nossos representantes no Congresso Nacional na votação da Reforma Previdenciária.
Fui enganado, o meu estado está de luto, os nossos representantes entregaram-se ao governo, deixando-me na incerteza se fui traído por incompetência, por ganância de poder ou por vantagens pessoais. Senti neles a falta de patriotismo, o desrespeito a nossa Constituição, ao nosso Estado e principalmente, por não terem a coragem que teve João Pessoa, em 1930, quando negou ao governo federal a imposição que lhes era feita na época, numa demonstração de que a Paraíba é e sempre será rebelde quando o desrespeito tenta superar o direito.
Deixo para reflexão se hoje temos ou teremos oposição.O governo que ai esta e os deputados do PT tiraram as nossas esperanças, a Reforma Previdenciária tão badalada não foi uma conquista do PT e sim dos partidos da oposição, PSDB, PMDB, PFL entre outros.
Ainda soa na minha mente as palavras do nosso companheiro Hélio Bernades : “tua Paraíba acabou com o aposentado!” Suas palavras foram recebidas como se fossem um pedido para transformarmos o nosso movimento em um grito de guerra. Não uma guerra de derramamento de sangue, mas uma guerra de conscientização dos companheiros do meu estado.
Aos companheiros do SINDTTEN, deixo registrado que não foi a Paraíba que nos traiu, mas aqueles que usam a população menos esclarecida para conquistar poder sem o compromisso de zelar pela soberania deste nosso País. Por isso, meu repúdio aos traidores, para que nunca mais sejam lembrados nas eleições pelos servidores públicos federais da Paraíba!
EM 2004 DIREMOS NÃO AOS TRAIDORES.