Personalidade
Hélia Lima
Natural de Canindé, interior do Ceará, Maria Hélia Cruz de Lima, sempre se dedicou à família. Nasceu em novembro de 1926 e ainda menina mudou-se para a capital cearense. "Foi uma época muito boa. Fui muito feliz na minha infância junto dos meus pais e minha adolescência foi muito boa junto dos meus amigos", diz. Viúva, atualmente reside sozinha em São Luís, Maranhão. Entretanto, a solidão não faz parte da rotina de dona Hélia que adora reunir a família e cozinhar para os seus cinco filhos, onze netos e duas bisnetas. "Hoje meus filhos são uma graça e demonstram um carinho maciço por mim. Chegar a essa idade numa harmonia sincera é difícil", conta.
Dona Hélia começou sua vida profissional como professora numa Escola Primária do Ceará. Dedicou 46 anos de sua vida ao serviço público. Em 1958, atuou nos Correios e Telégrafos como datilógrafa. No ano de 1973, ingressou na Receita Federal trabalhando no setor administrativo. Já no ano de 1985, Hélia Lima foi premiada ao passar no primeiro concurso para o cargo de TTN. "Foi um período muito bom pra mim, onde conheci pessoas maravilhosas", diz ela.
Dona Hélia é formada em Jornalismo pela UFM-Universidade Federal do Maranhão com Pós-Graduação em Rádio, TV e Propaganda e Publicidade. Além disso, Hélia cultiva outro dom: escrever. "Desde pequena gostava das letras, mas na minha geração, isso não era cultivado. A mulher tinha que ser dona-de-casa.", ressalta. Ela confessa, também, que na adolescência lia escondida. "Quando eu cresci, descobri que gostava de escrever. Escrevia com certeza, com um certo poder de convencimento", diz. Hélia Lima já escerveu em quatro categorias: teatro, romance, poesia e literatura infantil. São mais de quinze livros publicados, entre eles, estão; Ramagens de Emoções, Murmúrios do Pensamento, Aía, Vidas Paralelas, Filha de Ninguém e Estrela Cadente.
Na opinião da escritora, sua melhor obra é a Coleção Eles Falavam, com abordagem para literatura infantil. "Fala da nossa fauna e da nossa terra, não se restringe a uma literatura apenas brasileira, é uma literatura internacional, fala da pessoa humana, do amor, das coisas que existem no Universo", explica. Hélia é também Sócia Titular Remida do Instituto da Poesia Internacional, na Divisão Acadêmica, onde ocupa a Cadeira número 245, e tem como patrono o poeta Johann Kaspar Lavater.
Ela, que é católica, sempre destinou parte da renda de seus livros à Paróquia de São Francisco de Assis e ao Lar do Idoso, em São Luís.
Segundo um dos maiores poetas vivos do Ceará, Kideniro Teixeira, dona Hélia "é de uma higiene maravilhosa, seu romance pode ser lido pelas Monjas ou pelas crianças. Ela é dotada de uma sabedoria divina.", Conclui.