Personalidade

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Léa Beltrão Cruz

Aos 87 anos, Dona Léa Beltrão Cruz, a Técnica homenageada deste mês, transborda simpatia e otimismo. Dona Léa é daquelas pessoas que contagia os que estão a sua volta. Em uma alto-análise se descreve como uma pessoa responsável, franca, amiga e que gosta de ajudar o próximo. “Eu sempre procurei proteger as pessoas mais frágeis”.

A dica para chegar aos 87 anos saudável e de bem com a vida ela não diz, mas um dos motivos é a serenidade. Durante o “Encontro dos Técnicos da Receita Federal Aposentados de Minas Gerais e São Paulo”, ocorrido no mês de novembro em Poços de Caldas (MG), Dona Léa se divertiu. “Fiquei feliz de poder participar do evento. Fiz amizades, conversei e dancei. Revivi um pouco a época da Receita Federal e ainda matei a saudade de Poços de Caldas, cidade onde vivi 32 anos”.

A Técnica aposentada elogiou o desempenho do Sindireceita e a realização do evento. “O Sindireceita sempre trabalhou com afinco. Mas esta gestão tem feito muito pelos aposentados”, parabenizou. Dona Léa ingressou na Receita Federal com 17 anos. Em 1936, trabalhou em Niterói/RJ, na Seção do Imposto de Renda (IR). Naquela época, a Técnica fazia as guias do IR na máquina de escrever e as notificações com lápis-tinta. Dona Léa conta que como não havia calculadora, as guias do IR eram somadas “de cabeça”. “O meu serviço era impecável, não usava nem borracha. Quando errava, fazia tudo de novo”, destaca.

Durante os 34 anos de serviços prestados à Instituição Receita Federal, Dona Léa ainda trabalhou em outras seções, entre elas, o arquivo. Ela integrou o grupo que trabalhou na modificação do IR, por volta de 1962. Além disso, Dona Léa assessorou durante muitos anos o gabinete do Diretor da Receita Federal em São Paulo. “Passei os melhores anos da minha vida numa repartição da Receita Federal. Era uma boa funcionária e sempre trabalhava cantarolando”.

A personalidade deste mês destaca que só se aposentou, em 1969 porque perdeu a mãe nesta data e era muito apegada a ela. “Eu sofri muito durante dois anos, minha mãe era tudo para mim”.

Atualmente, Dona Léa mora sozinha, mas no mesmo edifício da filha Léa Maria Beltrão Cruz, de 62 anos. Entre as suas distrações estão os cinco netinhos e quatro bisnetos, sendo que o 5° está a caminho. Ela conta também que adora ler, principalmente romances, e é apaixonada por palavras-cruzadas. “O meu sono é muito inconstante. Às vezes fico até às duas da madrugada fazendo palavras-cruzadas. Eu tive que operar de catarata para continuar com o meu passa-tempo predileto”.