Homenagem a Rachel de Queiroz

Homenagem a Rachel de Queiroz

A escritora cearense Rachel de Queiroz, ocupante da cadeira número 5 na Academia  Brasileira de Letras, faleceu dormindo em sua casa, no dia 6 de novembro de 2003,  no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro.
Rachel de Queiroz era filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da família dos Alencar (sua bisavó materna - “dona Miliquinha” - era prima de José de Alencar, autor de “O Guarani”), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, de raízes profundamente lançadas em Quixadá, no interior do estado, onde moravam e onde seu pai era Juiz de Direito.


Dados Biográficos

Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza/Ceará, no dia 17 de novembro de 1910.Viveu parte de sua infância na capital do estado e parte, no interior, na fazenda dos pais. Depois da seca de 1915, que atingiu a propriedade familiar, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ficou por pouco tempo, transferindo-se para Belém do Pará.
De volta ao Ceará, em 1921, retomou os estudos regulares, como interna do Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em 1925. Ingressou no jornalismo como cronista, em 1927. Em 1930, lançou seu primeiro romance O Quinze que recebeu, em 1931,  o primeiro prêmio, concedido pela Fundação Graça Aranha. Nesse mesmo ano teve contato com o Partido Comunista Brasileiro. Nos anos seguintes, participou da ação política de esquerda, pela qual foi presa em 1937. Sem abandonar a ficção, continuou colaborando regularmente com jornais e revistas, dedicando-se à crônica jornalística, ao teatro e à tradução. Foi, durante muito tempo, cronista exclusiva da revista O Cruzeiro. Em 1977, foi a primeira escritora a ingressar na Academia Brasileira de Letras, um grupo que, até então, tinha sido exclusivamente masculino.
Características Literárias
A prosa regionalista de Rachel de Queiroz retrata, numa linguagem enxuta e viva, o nordeste mais precisamente o Ceará. Além do interesse social, o flagelo da seca e o coronelismo, seus dois primeiros romances - O Quinze e João Miguel - demonstram sua preocupação com os traços psicológicos do homem daquela região que, pressionado por forças atávicas, aceita fatalisticamente seu destino. Essa harmonização entre o social e o psicológico demonstra uma nova tomada de posição na temática do romance nordestino. A mesma abordagem se aplica aos dois romances seguintes: Caminho de Pedras e As Três Marias. O primeiro é conscientemente político-social e as características psicológicas estão aí valorizadas. No entanto, em As Três Marias elas atingem o seu máximo.

PRINCIPAIS OBRAS
Romance
O Quinze (1930) João Miguel (1932) Caminho de Pedras (1937) As Três Marias (1939) O Galo de Ouro (1985) Memorial de Maria Moura (1992).

Crônicas

A Donzela e a Moura Torta (1948) Cem Crônicas Escolhidas (1958) O Brasileiro Perplexo (1963) O Caçador de Tatu e Outras Crônicas (1967) As Menininhas e Outras Crônicas (1976) O Jogador de Sinuca e mais Histórinhas (1980).

Teatro
Lampião (1953) A Beata Maria do Egito (1958) A Sereia Voadora (inédito).

Literatura Infantil
O Menino Mágico (1969) Cafuti e Pena de Prata, (1986).