TRF será um dos primeiros a ser piloto e instrutor de vôo do helicóptero EC 135t2i na Receita Federal

TRF será um dos primeiros a ser piloto e instrutor de vôo do helicóptero EC 135t2i na Receita Federal

Atualmente, o Técnico da Receita Federal Carlos Alberto Tisott é um dos poucos servidores que estará habilitado no próximo ano a ser piloto e instrutor de vôo do helicóptero EC 135T2i que faz parte do projeto de aviação fazendária da Receita Federal, aprovado em 2004 pelo secretário da Receita Jorge Rachid. Carlos Tisott concluiu, no mês de setembro, os cursos teórico e prático de qualificação do helicóptero do Exército que conta com apoio das Superintendências da 7ª Região Fiscal da Receita Federal e do Exército Brasileiro, cujo convênio foi firmado até março de 2007. O curso de treinamento de qualificação com o Exército teve início em julho deste ano e deve durar até o final de novembro, mês em que representantes da 7ª Região Fiscal da RF receberão provisoriamente os dois helicópteros EC 135T2i na Alemanha. Os recursos para a compra dos helicópteros são oriundos do Programa de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira (PMATA) cuja verba foi liberada pelo Governo Federal em 2005 para a equiparação da Receita Federal. Segundo o TRF, o motivo do convênio ser firmado até março do próximo ano é que a Secretaria da Receita Federal receberá definitivamente os helicópteros, em abril de 2007. "Com a aquisição definitiva dos helicópteros, a Receita poderá iniciar as missões de fiscalização, inteligência, combate ao contrabando, descaminho e fiscalização aduaneira em todo o território nacional", explica Tisott. As aeronaves foram adquiridas no ano passado por meio de licitação internacional com a assinatura de contrato feita pela Divisão de Programação e Logística (Dipol) da 7ª Região Fiscal da Receita Federal.

"O objetivo do projeto de aviação fazendária é aumentar a capacidade da Receita Federal. O helicóptero será uma ferramenta para maximizar a atuação da Secretaria da Receita Federal. Nós queremos que a Receita seja mais aparelhada operando com lanchas, helicópteros e viaturas", explica Carlos Alberto Tisott que concluiu a primeira etapa do processo de qualificação operacional dos futuros instrutores de vôo da aviação fazendária no helicóptero Pantera do Exército Brasileiro, na cidade paulista de Taubaté, já a segunda fase deverá ser concluída em novembro, no Batalhão do Exército, em Taubaté. No dia 11 de outubro, o Técnico também concluiu o treinamento para habilitação de tipo em helicóptero EC 135, realizado na sede da Helicópteros do Brasil S.A (Helibras), em Itajubá/MG e no aeroporto de Jacarepaguá/RJ. "A obtenção dessa qualificação ocorreu em um vôo ‘cheque’realizado pelo gerente Regional da Aviação Civil na área do Rio de Janeiro, Gerac 3, o coronel João Luiz de Seixas Cruz", diz Tisott. O curso é vinculado ao contrato de aquisição do helicóptero.Além dessas etapas, o TRF terá de concluir a última fase, a de manuntenção operacional, até março de 2007, data do término do convênio com o Exército Brasileiro.

As experiências do Técnico no comando da aeronáutica como chefe da seção de navegação do esquadrão Pantera, na base aérea de Santa Maria/RS, e chefe substituto da seção de licitação da Dipol da Superintendência da 10ª Região Fiscal da Receita Federal contribuíram para que ele participasse da implementação do projeto de aviação fazendária da Receita Federal junto com outros servidores da instituição em 2004, ano em que recebeu o convite da Superitendência da 7ª Região Fiscal do Rio de Janeiro. "Na verdade, o projeto iniciou em 1999 com outros colegas que começaram a pensar na idéia da Receita Federal ter um projeto de aviação fazendária. O projeto se chamava GRYPHV", lembra Tisott. Mas, somente no ano de 2004, o grupo concorreu a uma licitação internacional para adquirir os dois helicópteros de modelo alemão EC 135T2i pela Eurocopter, cuja representante no Brasil é a Helibrás. "Se não fosse o superintendente da 7ª RF, César Augusto Barbiere, esee projeto não teria ido para frente. Foi ele que levou a idéia do projeto até o secretário Jorge Rachid. Hoje, a 7ª Região Fiscal patrocina todo o projeto".


TISOTT em reunião sobre a licitação dos helicópteros
Para formar a primeira turma de pilotos, a Receita Federal buscou servidores da carreira de Auditoria da Receita (ARF) que tivessem experiência em aviação militar, preferencialmente em missões de vigilância marítima e de fronteita, já que não ainda existe um órgão de aviação fazendária na instituição. "No futuro, o servidor que quiser participar não precisa ter experiência em aviação", diz Tisott. Atualmente, onze servidores da carreira ARF fazem parte do projeto de aviação fazendária: três já foram pilotos de helicópteros e buscam a qualificação como instrutores de vôo, como é o caso de Tisott, outros três têm experiência como pilotos de avião e querem a qualificação como pilotos de helicóptero e os restantes nunca foram pilotos e buscam a formação em piloto de helicóptero. Além do TRF, ainda existem dois Técnicos que estão frequentando o curso básico de formação de piloto na unidade militar da Marinha do Brasil, em São Pedro d’Aldeia, no Rio de Janeiro, que tem previsão de término para fevereiro de 2007. Os três servidores da RF que têm experiência como piloto de avião já finalizaram o curso de piloto para helicóptero, em São Paulo. No final, a Receita Federal contará com três instrutores de vôo e oito pilotos qualificados na aeronave adquirida.

De acordo com Carlos Tisott, a importância da Secretaria da Receita Federal ter no futuro instrutores de vôo possibilitará a própria instituição treinar outros servidores para serem pilotos sem precisar fazer licitações. "Com os três instrutores de vôo, a Receita Federal não precisará abrir licitação todas as vezes que quiser formar uma nova turma de pilotos. Isso reflete em economia, sem precisar gastar tanto". No futuro, a Receita quer adquirir outros helicópteros para aumentar a sua frota.

Apesar do helicóptero EC 135T2i não ser do mesmo modelo com o qual é feito os treinamentos no Exército brasileiro, ambos têm características bastante similares: são bimotores que podem voar sob condições de mal tempo e realizar vôos noturnos sem prejudicar as missões. "O objetivo do convênio é possibilitar que nós voemos em diversas condições de tempo". Segundo Carlos Tisott , o helicóptero EC 135 permitirá à Receita desenvolver missões em terra e mar, inclusive na floresta Amazônica, e é considerado um dos mais sofisticados, tanto que, no Brasil, devem existir, no máximo, quatro modelos.

No futuro, para ser piloto da Receita Federal; os requisitos principais serão: ser servidor da carreira ARF, já que realizará missões de sigilo da instituição, e passar nos exames do Centro de Medicina Aeroespacial (Cemal) da Aeronáutica. Depois, o servidor cursará a parte teórica sobre o sistema da aeronave e a parte prática, em que estará acompanhado de um instrutor de vôo. Segundo Tisott, se o servidor não tem qualificação como piloto, a etapa teórica do curso pode durar 6 meses e a parte prática pode chegar a 8 meses de duração. Para aquele que já tem experiência como piloto de helicóptero, a primeira etapa pode ser de apenas três semanas e a parte prática chegar a quatro semanas, dependendo da habilidade do servidor nesse tipo de aeronave.

Carlos Alberto Tisott
Carlos Alberto Tisott é graduado pela Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga/SP, com especialização em sensoriamento remoto pela Univesidade do Vale da Paraíba (UNIVAP), em São José dos Campos/SP e mestrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Antes de ingressar na Secretaria da Receita Federal, o TRF trabalhou no Comando da Aeronáutica por 16 anos. Fez os cursos de piloto de ligação e observação, piloto de ataque em helicóptero, piloto de busca e salvamento, instrutor de vôo em avião monomotor, piloto de avião bimotor turbo-hélice. Nesse período, Tisott trabalhou na Escola Preparatória de Cadetes do AR (EPCAR), na AFA, no Centro de Aperfeiçoamento de Treinamento e Recompletamento de Equipagens (CATRE), nas Bases Aéreas de Santos/SP e Santa Maria/RS, no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA/MA).

Na Receita Federal, desde 1995, já trabalhou na SAFIS e no CAC da DRF Novo Hamburgo/RS. Desde 2005, Tisott está na Divisão de Repressão, Contrabando e Descaminho (DIREP) da Superintendência da 7º Região Fiscal, onde participou dos cursos na área de aviação fazendária: curso de segurança de vôo – módulo prevenção, estágio de Teoria de habilitação à aeronave Pantera AS 365K, curso de familiarização teórica para piloto no helicóptero EC 135 e treinamento para habilitação nessa aeronave.

O TRF foi agraciado com a medalha de honra ao mérito pelos 10 anos de bons serviços prestados ao Comando da Aeronáutica e o diploma "Jubileu de Prata", pelos 25 anos de serviços prestados ao Serviço Público Federal.