O GLOBO – 5 de julho de 2011
Os maiores estúdios de cinema de Hollywood - a Paramount Pictures, a 20th Century Fox e a Disney Enterprises - acompanharão esta semana o desfecho de uma batalha judicial que foi aberta por eles na Suprema Corte de Londres e tem como alvo a PIRATARIA on-line. A ação movida pelo milionário grupo americano tem como alvo a BT, o maior provedor de internet do Reino Unido, e exige que seja retirado do ar um site baseado na Suécia que oferece ao menos 75 versões ilegais do longa-metragem "O discurso do rei" - vencedor dos Oscars de melhor filme, direção, ator e roteiro original este ano - entre milhares de outros arquivos de filmes, músicas e softwares piratas.
"Toda a indústria em risco"
O site em questão é o Newzbin 2, uma página de downloads que atende a cerca de 700 mil usuários que se cadastraram num banco de dados de forma anônima e que, na opinião dos estúdios, infringe "em larga escala" o direito autoral da indústria cinematográfica. "Nem nós, nem os estúdios ganhamos um centavo com essa transação virtual, e a perda desse dinheiro não só ameaça nossos negócios e o emprego de nossos funcionários como também nos deixa com menos verba para investir em novos filmes. Enfim: põe toda a indústria em risco", disse ao site do jornal britânico "The Telegraph" Spyro Markesinis, responsável pela Momentum Pictures, distribuidora de "O discurso do rei".
A ação, que foi aberta em Londres com o apoio de todos os membros da Motion Picture Association of America - entidade sem fins lucrativos que foi fundada nos Estados Unidos para defender os interesses dos maiores produtores de filmes do país -, pode estabelecer um marco na história da luta contra a PIRATARIA na internet.
Prevista para esta semana, a sentença da Suprema Corte britânica, se favorável a Hollywood, poderá ser usada como jurisprudência por outros estúdios de cinema que se sentirem lesados e desejarem pleitear a suspensão de sites que ofereçam material pirateado para download.
Contactado pelo jornal britânico, um porta-voz do Newzbis 2 que se identificou apenas como "Mr. White" disse que a tentativa de fechar a página não levará a lugar algum: "Nós podemos ser mais rápidos do que eles (os estúdios americanos). E conseguimos mudar nosso formato com a maior facilidade."