Lançado em junho, o Plano intensificou a fiscalização, elevando o número de prisões em flagrante e apreensões de armas, drogas e contrabandos. Ouça o programa desta semana.
Apresentador: Olá, eu sou o Luciano Seixas e estou aqui para mais um Café com a Presidenta, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! Bom dia para todos que nos ouvem nesta manhã!
Apresentador: Presidenta, o Plano Estratégico de Fronteiras, lançado pelo governo, completou um mês. Quais são, exatamente, as ações deste plano?
Presidenta: Olha, Luciano, o Plano Estratégico de Fronteiras é constituído por meio de duas grandes operações: a primeira delas é a Operação Sentinela – coordenada pelo Ministério da Justiça, com apoio logístico das Forças Armadas. Envolve o trabalho direto da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Essa Operação Sentinela foi criada em 2010, na época pelo presidente Lula, agora nós intensificamos esta operação e ela passará, ao longo deste ano de 2011, a ter o dobro de agentes policiais. A segunda operação é a Operação Ágata - conduzida pelo Ministério da Defesa, com o apoio do Ministério da Justiça. Essa operação, criada agora, é desenvolvida de maneira localizada, concentrada e tem como marca a surpresa. Na verdade, Luciano, não vai ser fácil, não, o tamanho do Brasil e a diversidade da nossa geografia são os grandes desafios para a segurança na fronteira brasileira. São quase 17 mil quilômetros de extensão. E para cada região precisamos ter estratégias diferentes. Mas estes desafios não nos assustam, vamos usar diversos modos de ação para enfrentá-los.
Apresentador: Os criminosos usam várias brechas e atalhos para driblar as barreiras. Como é que o plano ataca esse problema?
Presidenta: Três palavras, Luciano, respondem a essa sua pergunta: integração, inteligência – que quer dizer investigação e informação – e fiscalização. O Plano Estratégico de Fronteiras integra, de maneira inédita, as forças federais. O acompanhamento e coordenação das ações deste plano serão realizados no Centro de Operações Conjuntas, que fica no Ministério da Defesa, em Brasília. Pela primeira vez, as forças civis se integram às Forças Armadas e agem numa só coordenação, que é este Centro de Operações Conjuntas.
Apresentador: Presidenta, que balanço a senhora faz desse primeiro mês do Plano Estratégico de Fronteiras?
Presidenta: Olha, Luciano, faço um balanço muito positivo. Tivemos um crescimento significativo na apreensão de drogas e produtos de contrabando: 550 pessoas, por exemplo, foram presas em flagrante; 10,5 toneladas de maconha, Luciano; e 500kg de cocaína foram apreendidos nas fronteiras nesse mês. Esses resultados sinalizam que o nosso plano está no caminho certo.
Apresentador: Presidenta, um dos vídeos mais vistos na semana passada, na internet, mostra traficantes comemorando porque passaram pela barreira no Paraná, vindos do Paraguai, com 250kg de maconha. Eles, inclusive, zombam das Forças de Segurança. Essa realidade não vai mudar?
Presidenta: Olha, Luciano, esta realidade já está mudando. Você viu que esses mesmos traficantes foram presos 300km depois de passarem pela fronteira e pela barreira. Ou seja, eles estavam sendo monitorados. Sabe para onde iria toda essa droga, Luciano?
Apresentador: Certamente, iria para as grandes cidades brasileiras.
Presidenta: Exatamente. A droga seria vendida nas cidades, nos grandes centros, alimentando o tráfico e o crime organizado, que são responsáveis por boa parte da violência urbana. Veja bem, Luciano, esta é a verdadeira dimensão do Plano Estratégico de Fronteiras. Quando impedimos a entrada de drogas e armas no país, evitamos que esses produtos cheguem às cidades, às comunidades e às favelas. E aí, esta operação se soma às várias ações que estamos implementando nos centros urbanos, como as UPPs – as Unidades de Polícia Pacificadora – no Rio de Janeiro, e também lá no Nordeste, em Pernambuco. Buscamos a paz e a segurança para as nossas famílias e as famílias dessas comunidades, isso passa pelo combate ao crime organizado que opera nas nossas fronteiras.
Apresentador: Agora, presidenta, somente a presença física dessas forças resolve o problema das fronteiras? O plano prevê investimentos em tecnologia, por exemplo?
Presidenta: Claro, Luciano! É impossível imaginar que quase 17 mil quilômetros de fronteira possam ser monitorados só com policiais e soldados. Por isso, falei sobre inteligência, sobre usar informações e ter equipamentos que permitam planejar as ações. As operações contam com dados produzidos pelos órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência. O Ministério da Defesa está fazendo um estudo para termos o sistema de satélite também, que se chamará SisFron – para monitorar toda a área por satélite.
Apresentador: Bem, presidenta, infelizmente o nosso bate-papo de hoje tem que acabar. Obrigado à senhora, e até semana que vem!
Presidenta: Muito obrigada, você, Luciano. E um bom-dia para todos os que nos acompanharam até agora!
Apresentador: Você pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br
Voltamos segunda-feira, até lá!
Café com a Presidenta – 25 de julho