Diário de Pernambuco - 05/08/2011
A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 12,9 milhões, entre notas de real e dólar, pertencentes a cinco auditores fiscais da RECEITA FEDERAL, em Osasco, na Grande São Paulo. Os servidores foram presos acusados de corrupção e venda de informações privilegiadas, entre outros delitos. Segundo a PF, o volume de dinheiro arrecadado nas buscas e apreensões realizadas pela Operação Paraíso Fiscal é o maior já realizado pela corporação de uma só vez. A investigação começou com uma denúncia feita por um ex-auditor à Corregedoria da Receita. Também foram presos o filho e a mulher de um dos fiscais, além de um doleiro. Em outra ação, no Rio de Janeiro, a PF prendeu seis funcionários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) suspeitos de fraudar benefícios previdenciários.
Os acusados das irregularidades no Fisco, segundo o Ministério Público Federal - que também participou da investigação -, deixavam de autuar comerciantes da região de Osasco em troca de propina, além de transmitir informações privilegiadas aos empresários. A quadrilha também dava consultoria para que as empresas com supostas irregularidade pudessem invalidar multas recebidas e alterar valores a serem pagos. A partir da denúncia, o Fisco constatou que os acusados tinham um patrimônio incompatível com os seus rendimentos.
Os investigadores, por meio de interceptação telefônica e telemática, além de monitoramento, descobriram que os auditores tinham residência de alto padrão, além de viajarem com frequência para o exterior, onde também mantinham contas bancárias. Durante as buscas feitas nos locais de trabalho e nas casas dos fiscais, os policiais federais se surpreenderam com a quantidade de dinheiro encontrada. Na moradia de um deles, em Alphaville (SP), havia R$ 2,5 milhões e US$ 2,5 milhões escondidos no forro do telhado. Uma auditora mantinha em casa pelo menos R$ 3 milhões. Também foram localizados dinheiro na própria repartição e pedras preciosas. A soma total dos recursos apreendidos foi de R$ 7,8 milhões, US$ 2,8 milhões (cerca de R$ 4,4 milhões) e 310 mil euros (cerca de R$ 700 mil). Dezoito carros também foram capturados.
Suspensão
Segundo a RECEITA FEDERAL, os prejuízos aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 3 bilhões. Pelo menos 11 servidores e ex-servidores fazem parte da quadrilha.
Saiba mais
R$ 3 bi - Estimativa do prejuízo causado aos cofres públicos devido às irregularidades cometidas pelos auditores;
R$ 12,9 mi - Valor encontrado em poder de cinco auditores da RECEITA FEDERAL;
US$ 2,5 mi - Estavam escondidos no forro do teto da casa de um deles.