Correio Braziliense - 08 de fevereiro de 2012
O céu de brigadeiro que o governo esperava para a aprovação do projeto de lei que muda o regime de Previdência do funcionalismo público está longe de se tornar realidade.
A oposição, com ajuda de parte da base aliada, quer empurrar para depois do carnaval a votação do texto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público (Funpresp), para ter maior margem de negociação com a bancada governista.
DEM, PSDB, PR, PDT e PSol se opuseram ontem, durante reunião de líderes da Câmara, ao acerto proposto pelo governo, que previa a votação do projeto hoje.
O líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), chegou a propor o dia 28 como data para votar o projeto, sem obstrução da bancada. Mas só existe acordo, no momento, para avançar nas votações das cinco medidas provisórias que trancam a pauta da Casa e para a aprovação, em segundo turno, da PEC n° 270, que garante proventos integrais para aposentados por invalidez. "É uma proposta interessante, mas será necessário conversar com o Senado antes de qualquer resposta sobre o Funpresp", ponderou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Agora, o Planalto terá de escolher se acelera a votação, aumentando o tempo que o Senado terá para negociar o texto, ou se espera por um acordo que facilite a passagem na Câmara. A estratégia da bancada governista será definida em reunião hoje, entre Vaccarezza e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).