Super-ricos escondiam US$ 21 trilhões em paraísos fiscais

Estado de São Paulo
23/07


Estudo mostra que, do montante acumulado no final de 2010, cerca de US$ 520 bilhões pertenciam a brasileiros


Uma elite global de super-ricos escondia pelo menos US$ 21 trilhões em paraísos fiscais no fim de 2010, revela estudo elaborado por James Henry, ex-economista- chefe da consultoria McKinsey. Desse total, cerca de US$520 bilhões (ou mais de R$1 trilhão) eram de super-ricos brasileiros. Trata-se da quarta maior quantia do mundo depositada em paraísos fiscais. O volume total equivale ao das economias dos Estados Unidos e do Japão juntas, destaca a rede pública britânica BBC em sua página na internet.


 Para Henry, US$ 21 trilhões é uma estimativa conservadora, o número final poderia alcançar US$ 32 trilhões. O estudo foi encomendado pela Rede de Justiça Tributária, um grupo que faz lobby contra paraísos fiscais. Henry baseou a pesquisa em dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS, da sigla em inglês), do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e de governos de diversos países. Os paraísos fiscais atraem os depósitos de pessoas de renda elevada com promessas de sigilo do titular da conta e de redução ou isenção de impostos.


 O jornal britânico The Guardian destaca que, ainda de acordo com o levantamento de Henry, os correntistas contaram com a ajuda direta de diversas instituições financeiras privadas. "O que é mais chocante é que alguns dos maiores bancos do mundo estão envolvidos até o pescoço em iniciativas para ajudar seus clientes a sonegarem impostos e a transferirem sua riqueza para paraísos fiscais", declarou John Christensen, da Rede de Justiça Tributária, em entrevista à rede Al Jazeera.  "Nós estamos falando de marcas muito grandes e bastante conhecidas - HSBC, Citigroup, Bank of America, UBS, Crédit Suisse, alguns dos maiores bancos do planeta envolvidos nisso. E eles o fizeram sabendo muito bem que seus clientes, na maioria dos casos, estavam sonegando impostos", afirmou Christensen.