O Liberal
27/08

O prédio do Ministério da Fazenda pegou fogo, no final da noite de ontem, por volta de 23h. O incêndio teve início no sétimo andar. Até às 2h da madrugada de hoje, o fogo já tinha se alastrado por quatro andares. O edifício, que fica localizado no centro de Belém, na rua Gaspar Viana, esquina com a avenida Presidente Vargas, teve a energia elétrica interrompida. Vários curiosos e moradores do perímetro aglomeraram nas imediações. O Corpo de Bombeiros usou escada mecânica para tentar controlar o fogo.

No edifício funcionam não apenas as dependências da Receita Federal, mas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Procuradoria da Fazenda Nacional, que representa a União nas causas de natureza fiscal, como é o caso das relativas a tributos de competência federal, inclusive infrações referentes à legislação tributária, empréstimos compulsórios e apreensão de mercadorias, nacionais ou estrangeiras.

Como a Procuradoria da Fazenda propõe ações de execução fiscal perante a Justiça Federal, estima-se que estejam sob vista do órgão centenas de processos judiciais em tramitação na Seção Judiciária do Pará, muitos deles envolvendo grandes valores em dinheiro.

O auditor da Controladoria Geral da União (CGU) Marco Aurélio Rocha mora próximo ao local de trabalho e, na madrugada de hoje, ele foi ver o incêndio de perto. O órgão em que ele atua funciona no 7º andar, onde iniciou-se o incêndio. A preocupação de Rocha é com os documentos que estavam guardados e que funcionam de provas para processos em tramitação. "Nós temos sistema de proteção, mas existem alguns materiais que servem de provas para os processos. E atualmente, nós estávamos efetuando uma operação e para recuperar esses materiais será mais difícil", disse o auditor fiscal.

ESTOUROS

O fogo foi percebido pelos moradores de rua que dormem em torno do prédio. Ao perceberem os estouros das vidraças eles avisaram aos vigilantes e, simultaneamente, às viaturas da polícia militar. A equipe do tenente Henriques, da 1ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), foi a primeira a chegar ao local e fazer o isolamento. Foram acionados o Corpo de Bombeiros e a Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel).

Na madrugada de ontem, durante o trabalho, o major Marcos Reis disse que ainda não era possível informar a causa do incêndio. Somente após a perícia é que será possível identificar. Foi usada apenas uma escada mecânica, o que impediu que as chamas fossem controladas. Além disso, em decorrência do prédio estar localizado próximo à baía de Guajará, o vento forte contribuiu para que as chamas se alastrassem mais rapidamente.