Burocracia no setor industrial eleva custos e atrasa investimentos, diz CNI

G1 - JORNAL DA GLOBO
10/11 

O excesso de burocracia no setor industrial brasileiro eleva os custos e atrasa investimentos. É o que mostra uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nove em cada dez indústrias brasileiras tem a produção "amarrada" pela burocracia. A maioria dos empresários ouvidos na pesquisa considera excessivo o número de obrigações legais e mais da metade acha as obrigações muito complexas. 

O dono de uma fábrica de produtos alimentícios, no Rio de Janeiro, Sérgio Duarte, diz que parte dos funcionários trabalha todos os dias apenas reunindo dados, muitas vezes repetidos, para a RECEITA FEDERAL. "Na nossa empresa hoje nós temos 30 funcionários na parte administrativa, cinco funcionários são dedicados simplesmente a analisar e recolher tributos, prestar as informações para o governo. Ou seja, são várias vezes a mesma informação vão para vários órgãos diferentes". 

Mais de 70% dos empresários acreditam que o combate à burocracia deve começar pela área trabalhista; 55% dos entrevistados citaram como segundo maior problema a emissão de licenças ambientais. Segundo a pesquisa, quanto maior a empresa, maior a preocupação das dificuldades causadas pela burocracia. Entraves que atrapalham a competitividade. Aumentam custos e adiam investimentos.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, os mercados nacional e internacional saem prejudicados quando recursos que deveriam ser investidos na produção se perdem na burocracia. "Ao dificultar a realização de investimentos, ela dificulta a inovação, dificulta o ganho de competitividade mais a frente e isso entra num ciclo vicioso, as empresas ficam cada vez menos competitivas, com mais dificuldade de enfrentar os importados e conseguir mercado no resto do mundo", fala o gerente de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, Renato da Fonseca.