Cheia atinge Receita Federal e prejudica a fiscalização de contrabando na Fronteira

Cheia atinge Receita Federal e prejudica a fiscalização de contrabando na Fronteira

Fonte e fotos: Agência RBS, em 1º de julho de 2014

 

A enchente histórica do Rio Uruguai não perturba só a vida de pescadores, donos de bares e da população ribeirinha em geral. As águas subiram tanto hoje em São Borja que invadiram o prédio da Receita Federal situado no bairro do Passo, o mais turístico da cidade. Os fiscais colocaram sacos de areia para tentar conter as ondas, mas a barreira segura o lixo, mas não impede a infiltração da umidade. Os trabalhos de averiguação de Imposto de Renda foram interrompidos em todo o município - porque se concentram nesse edifício - e as águas devem invadir a qualquer hora a canalização de fios de computação e eletricidade.

— Quando isso acontecer, todo o sistema de fiscalização em São Borja vai sair do ar, porque os fios são suberrâneos e sujeitos à água - lamenta o analista tributário Flávio Ceolin, um dos mais antigos entre os nove funcionários do posto central da Receita.

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Como o link da fiscalização de contrabando (situada na ponte internacional que liga São Borja à cidade argentina de SantoTomé) depende de conexão com o prédio da Receita ameaçado pelo rio, toda a fiscalização deve parar, ainda hoje - mesmo a feita na ponte, que não está inundada.

O Uruguai atingiu hoje a marca de 16,9 metros em Santo Tomé (a única medição da região) e, com isso, superou os 16 metros registrados na cheia histórica de 1998. Se chegar a 19 metros, vai ser um recorde, ultrapassando a maior enchente já registrada na Fronteira Oeste, a de 1983.

A enchente também inviabiliza a fiscalização de fronteira na cidade de Itaqui, situada a 80 quilômetros de São Borja. A Aduana está debaixo da água e, com isso, foi fechado o trânsito de veículos e pedestres rumo à cidade argentina de Alvear. A travessia é feita, ali, por meio de balsa.

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