Jornal de Brasília - 17 de março de 2015
A presidente Dilma Rousseff afirmou que o ajuste fiscal é "essencial" para o País e que seu governo "vai lutar" para que essas medidas e as "correções" em benefícios sejam levados adiante.
"Tivemos (no primeiro mandato) a chamada política anticíclica, quando você usa toda a força para combater a crise e impedir que ela crie um nível de problema social e econômico gigantesco", declarou Dilma.
Em coletiva de imprensa após a cerimônia de sanção do novo Código do Processo Civil, a presidente destacou que o governo "fez todo o possível" para que os efeitos da crise internacional não fossem sentidos pela população e mitigados para as empresas.
"Colocamos o Plano de Sustentação de Investimento (o PSI) com taxas de juros em alguns momentos de 2,5%. (Teve) a desoneração da folha; no início só iríamos desonerar os setores mais afetados pela retração do comércio internacional. Depois nós aumentamos a desoneração, para ver se o pessoal superava".
De acordo com a petista, o cenário se agravou com a combinação de efeitos adversos no quadro interno, como a seca. "Janeiro (de 2015) foi o pior em termos de chuva desde o dia em que começamos a medir chuva no País. O Brasil mede isso desde 1931", disse. "Então, o que temos de fazer é aliar como saímos disso. Daí a importância que o governo atribui aos ajustes e às correções."
Ela reiterou que as medidas adotadas se esgotaram porque os recursos não são "infinitos". "Não conseguimos mais fazer política anticíclica no nível que fizemos, vamos ter de fazer menos", disse. "Não acabaremos com o crédito, vamos reduzir os subsídios, tanto é que o PSI se mantém. Vamos diminuir a diferença entre o juros que cobramos e os do mercado."
Ela também destacou que a equipe econômica não vai acabar com as políticas de desoneração, mas promover ajustes nas alíquotas.
De acordo com Dilma, a situação não pode ser tratada na base do "quanto pior melhor" e todos precisam ter responsabilidade no tema do ajuste fiscal. "Vamos fazê-lo e achamos que isso é importante para o País", disse. "O quanto pior melhor é algo que não se pode aceitar. Vamos brigar depois. Agora vamos fazer, para o bem do Brasil, tudo aquilo que deve ser feito."
Apesar do cenário complicado, com necessidade de redução de gastos, ela destacou que o Brasil tem reservas sólidas. "O país não quebra quando lá fora as coisas ficam mais voláteis como estão agora."
"Vamos fazer esse esforço (fiscal) ao longo deste ano. Mas o Brasil tem todas as condições de sair em menos tempo do que em qualquer outra circunstância", concluiu