Operação Zelote combate grupos suspeitos de desviar R$ 19 bi da Receita

Fonte: Portal Brasil, 26 de março de 2015

 

Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Federal deflagrou operação com o objetivo de desarticular organizações suspeitas de desviar R$ 19 bilhões da União. A quadrilha atuava junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos, revertendo em bilhões de reais economizados pelas empresas autuadas em detrimento do erário da União.

Batizada com Operação Zelotes, aludindo à falta de zelo ou cuidado fingido, mobilizou 180 agentes da Polícia e 55 fiscais da Receita para executar  41 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.

Iniciadas em 2013, as investigações apontaram que a organização atuava no interior do órgão patrocinando interesses privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da Receita Federal. 

Apurou-se que servidores repassavam informações privilegiadas obtidas dentro do Conselho para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia em Brasília, São Paulo e outras localidades, para que estes realizassem captação de clientes e intermediassem a contratação de “facilidades” dentro do CARF.

Em diversas ocasiões, foi constatado tráfico de influência no convencimento de empresas devedoras ao fisco. Eram oferecidas manipulação do andamento de processo, “pedidos de vista”, exame de admissibilidade de recursos e ainda decisões favoráveis no resultado de julgamentos de recursos a autos de infrações tributárias, por meio da corrupção de conselheiros.

O grupo utilizava-se de empresas interpostas para dissimular suas ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado, retornava como patrimônio aparentemente lícito para estas empresas. Até o momento, as investigações se estendem sob julgamentos suspeitos da ordem de R$ 19 bilhões, sendo que já foram, efetivamente, identificados prejuízos de quase R$ 6 bilhões.

Os investigados responderão pelos crimes de Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de Influência, Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Associação Criminosa, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.