Correio Braziliense - 9 de abril de 2015
No primeiro dia à frente da articulação política do governo, o vice-presidente Michel Temer reuniu-se no início desta tarde (08/04) com líderes da base aliada. Todos assinaram um documento em que se comprometem a apoiar o ajuste fiscal e evitar matérias que impliquem no aumento de gastos ou redução de receitas. A assinatura do acordo pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento havia sido combinada em encontro dos líderes de ontem.
“Trouxe um documento para que assinassem no sentido de que as medidas do ajuste fiscal econômico seriam naturalmente examinadas, eventualmente ajustadas pelo Congresso Nacional e, portanto, nada que porte despesa ou redução das receitas seria neste momento examinado. Todos assinaram”, disse. Temer disse que está dialogando e conversou com os parlamentares até de madrugada para evitar a pauta bomba.
O documento diz que a recuperação do crescimento é "condição necessária" para o controle da economia. "Os primeiros passos para a retomada do crescimento são promover o reequilíbrio das contas públicas e trazer a inflação para o centro da meta, de forma a proporcionar tranquilidade aos trabalhadores e estimular a confiança necessária para o investimento", também diz o texto.
Sobre as tensões entre PT e PMDB, o vice-presidente acredita que as arestas entre os partidos serão aparadas. “Não exatamente porque eu assumi. Mas a tendência natural é essa. Estamos há três meses no governo, houve muitas conversações. O diálogo continua muito sólido. Eu tenho enfatizado que o Executivo só pode governar se tiver apoio do Congresso, no sentido político e legislativo. E estão todos de acordo com isso”, avaliou.
Em relação às críticas de parlamentares ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Temer disse que ele continuará com as funções administrativas e continuará a participar de negociações. “Mas o governo é uma unidade, todos colaboram entre si, inclusive o Mercadante.”
Antes de Temer, o líder do governo José Guimarães (PT-CE), elogiou a escolha de Temer para articulação política e disse que a oposição ficou “tonta” quando soube da mudança. “A oposição ficou tonta quando soube da indicação. Acertamos na mosca”, disse. Guimarães elogiou Pepe Vargas, e disse que Temer dá nova musculatura à articulação e tende a pacificar as relações.
Troca
A saída de Pepe Vargas da SRI ocorreu depois de a presidente sondar o titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha, para o cargo. O peemedebista negou o convite. Nesta terça-feira, após saber da sondagem pela imprensa, Vargas solicitou uma audiência com Dilma e ouviu da presidente que ela precisava dar a pasta ao PMDB.
Em reunião com líderes partidários, a presidente informou que a Secretaria de Relações Institucionais foi extinta. A presidente afirmou ainda que o vice Michel Temer será o novo articulador político do Governo Federal. A pasta foi criada em janeiro de 2004, como desmembramento da Casa Civil.