Correio Braziliense - 07 de maio de 2015
A presidente Dilma Rousseff disse acreditar na "sensibilidade" dos parlamentares para aprovar toda a proposta de ajuste fiscal encaminhada ao Congresso pelo Executivo. Para ela, apesar das divergências em tornos das medidas provisórias nº 664 e nº 665, que restringem direitos trabalhistas e previdenciários, existe uma "consciência básica a favor do Brasil" que acabará prevalecendo. "Eu tenho certeza de que haverá, por parte dos parlamentares, a sensibilidade necessária para que se vote o ajuste."
Dilma esquivou-se de avaliar se a animosidade entre o PMDB e o PT torna mais difícil a aprovação das iniciativas do governo, argumentando que não se pode "fazer análises políticas em cima de climas emocionais momentâneos". Na terça-feira, a Câmara adiou a votação da MP n º665, que dificulta o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, após o PMDB exigir que o PT se posicionasse claramente em favor da medida. O texto-base da MP acabou aprovado ontem.
Plano B
Segundo o ministro da Secretaria e Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, o governo não tem um "plano B", caso as medidas não sejam inteiramente ratificadas pelo Legislativo. Para o ministro, elas são necessárias para sanear as finanças da União e permitir a retomada do crescimento econômico. Ele reiterou que a presidente deve anunciar, até o fim deste mês ou início de junho, um plano de investimentos em infraestrutura, com o objetivo de atrair investimentos nacionais e estrangeiros e ampliar a capacidade do país na área de logística.
O plano foi discutido ontem, em reunião de Dilma com ministros e dirigentes de bancos públicos, no Palácio do Planalto. No encontro, que durou mais de quatro horas, a presidente pediu o aprimoramento do modelo de financiamento apresentado pela equipe econômica. A petista determinou ainda ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa que discuta os projetos com governadores de estado. Está prevista pelo menos mais uma reunião antes do lançamento do programa. O plano servirá também como agenda positiva para o governo, depois do desgaste com a tramitação do ajuste fiscal no Congresso.