Zero Hora/RS - 22 de junho de 2015
A presidente Dilma Rousseff encerrou os seis primeiros meses do segundo mandato com a maior rejeição desde que assumiu o Planalto, em 2011. Segundo o Instituto Datafolha, o governo é considerado ruim ou péssimo por 65% dos entrevistados, cinco pontos percentuais a mais do que no levantamento anterior, divulgado em março. É um novo recorde na série histórica do instituto desde janeiro de 2011, no início do primeiro mandato de Dilma.
De acordo com o levantamento, realizado entre quarta e quinta-feira da semana passada, esse índice de reprovação é o pior desde os 68% do ex-presidente Fernando Collor de Mello em setembro de 1992. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, tratasse de empate técnico.
Conforme a pesquisa, 10% dos entrevistados classificaram o governo como bom ou ótimo, queda de três pontos percentuais em relação a março; 24% o consideram regular e 1% não soube responder. O Datafolha entrevistou 2.840 pessoas em 174 municípios.
A rejeição está em níveis similares em todas as faixas de renda. Na parcela da população que ganha até dois salários mínimos, a aprovação da presidente está em 11%, contra 62% de rejeição. Entre os eleitores que recebem acima de 10 salários mínimos, Dilma é aprovada por 12% e rejeitada por 66%.
A pesquisa foi divulgada em meio a uma série de eventos negativos para a imagem do governo, com o risco de rejeição das contas do governo em 2014 pelo Tribunal de Contas da União e a nova fase da Lava-Jato.
Entre as regiões do país, a pesquisa apresentou alguma variação. A presidente tem menor índice de aprovação no Sudeste, com 7%. A avaliação menos baixa está no Nordeste, onde 14% dos entrevistados consideraram o governo bom ou ótimo.
O instituto também fez uma simulação com possíveis candidatos à sucessão. Em um dos cenários, o senador Aécio Neves (PSDB) lidera a disputa pela Presidência com 35% das intenções de voto, 10 pontos à frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em terceiro lugar aparece a ex-ministra Marina Silva (PSB), com 18%. Em outro cenário, com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), no lugar de Aécio, Lula estaria empatado tecnicamente com Marina, respectivamente com 26% e 25%. Alckmin viria em terceiro lugar, com 20%.