G1 - 23 de junho de 2015
William Waack analisa os fatores que levaram o país à crise na economia.Se um acordo não estiver definido, há o risco do país sair da Zona do Euro.
A Grécia quebrou mentindo sobre as contas públicas, desequilibradas por excesso de gastos do governo em funcionários públicos e pensões absurdas. A questão agora é muito mais abrangente com a falência grega. Para onde vai o projeto político europeu?
São três possibilidades. Nenhuma delas é boa:
1. A Grécia ganha: os credores fazem concessões a um governo que se elegeu prometendo que não aplicaria a política de austeridade imposta pelo FMI, Banco Central europeu e comissão da União Europeia. Seria uma desmoralização política e desestabilizaria outros que fizeram a lição de casa, como Portugal, Irlanda, Espanha e até mesmo a Itália;
2. A Grécia sai da zona do euro: alguns países europeus têm dito que seria até fácil disso ser absorvido. É o choque do calote grego, mas a economia da zona do euro, já instável, balançaria mais ainda e aumentaria a chance de outras deserções.
3. A Grécia cede e engole mais um pacote de austeridade: o problema é que não há garantias políticas e até agora ninguém conseguiu que ela fizesse as reformas pedidas. E essa trilha mostra que a dívida é tão grande a ponto de ser impagável.
Sempre se disse, aliás, que o projeto do euro era político e não econômico, pois uma moeda comum dificilmente funcionaria com países de tamanhos, tradições e cultura políticas tão diferentes entre si como os do norte e do sul da Europa. Pois esse grande teste é o que temos agora.