O Globo - 20 de julho de 2015
O rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo Dilma Rousseff aprofundará a atuação do vice-presidente Michel Temer na articulação política. Peemedebistas, entre eles Cunha, vinham defendendo nos últimos dias que Temer voltasse a se dedicar só às funções de vice, mas o agravamento da crise política o levará a fortalecer as relações com o Judiciário e com o Tribunal de Contas da União (TCU), que julgará as contas do governo.
Essa disposição foi revelada por um dos principais escudeiros de Temer: o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que auxilia o vice-presidente na Secretaria de Relações Institucionais.
- Neste momento, a continuidade do trabalho de Temer como articulador político é indispensável para o governo, para o Brasil, e para a estabilidade das instituições - disse o ministro.
Os peemedebistas da cúpula do partido esperam que Cunha cumpra o compromisso que assumiu de não usar o seu cargo na Câmara para se vingar da presidente. Sábado, no Twitter, Cunha disse que atuará garantindo a independência e harmonia entre os poderes.
- O presidente Eduardo Cunha afirmou que seu rompimento é pessoal e que não compromete a exigência constitucional dos poderes buscarem independência e autonomia entre si. O PMDB prossegue como governo, inclusive à frente da articulação política- afirmou Padilha.