Na TV, Dilma fala sobre impeachment

Jornal de Santa Catarina - 26 de outubro de 2015


À CNN, presidente indicou falta de maturidade da oposição


Em entrevista ao programa GPS, da rede de TV CNN, dos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff falou sobre as tentativas de abertura de processo de impeachment contra ela e sobre a crise econômica e política no país. O quadro, que foi gravado em 25 de setembro, durante passagem dela por Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, foi ao ar ontem.Conforme informações da Folha de S.Paulo, questionada pelo apresentador Fareed Zakaria sobre os problemas econômicos, Dilma falou que a crise deve ser usada para avançar as reformas fiscal e da previdência.

O jornalista perguntou ainda sobre a crise política, na qual denominou como ´aparentemente bem séria´, com movimentos para o impeachment, embasadas pela oposição em casos de corrupção, principalmente na Petrobras e em outros aspectos do governo.

Sobre o assunto, Dilma Rousseff começou dizendo que o grande problema está na motivação para os pedidos de impeachment e disse que as investigações seguem, com preparo das instituições para dar suporte à continuidade de seu governo.

Políticas sociais

Dilma explicou que as eleições foram disputadas no Brasil no ano passado, um processo ´normal´, segundo ela, e que após o processo eleitoral o governo começou a estabelecer ´alianças´ políticas.

A presidente lamentou que os conflitos partidários tenham continuado mesmo após o término das eleições, indicando uma falta de maturidade da oposição.

Temos de ter muito cuidado com isso, porque ainda temos uma democracia, eu diria, adolescente enfatizou Dilma.

Zakaria questionou a presidente se o governo utiliza a crise atual, política e econômica, para fazer reformas estruturais. Dilma reiterou as políticas sociais dos últimos anos, quando milhares de pessoas foram tiradas da miséria:

O Brasil era um país predominantemente pobre e tornou- se um país de classe média.

Ela completou dizendo que o governo está comprometido com reformas fiscais e sociais.

Nós queremos deixar esse legado afirmou.

Interrogada sobre a luta contra a ditadura militar, a presidente disse que se considera parte da trajetória do Brasil da ditadura à democracia e que é importante sair de experiências duras, como a tortura, ´sem ódio´.