G1 - 02 de fevereiro de 2016
A prisão temporária de Ademir Auada, investigado na 22ª fase da Operação Lava Jato e que se entregou à polícia na quinta-feira (28), vence nesta segunda-feira (1º). Ele deve prestar depoimento aos delegados da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 10h.
Maria Mercedes Riano Quijano e Luis Fernando Hernandez River também tiveram mandados de prisão expedidos na atual fase e estão foragidos. A dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack no Brasil.
A prisão de Auada pode ser prorrogada por mais cinco dias ou convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a carceragem. Esses pedidos podem ser feitos tanto pela PF, quanto pelo Ministério Público Federal (MPF). Já a decisão depende do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.
Esta nova fase da operação investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris em Guarujá (SP) para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
A empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, é investigada por abrir uma offshore (Murray Holdings) que assumiu a propriedade de um dos imóveis para esconder os reais donos.
Auada aparece como responsável pela Murray Holdings junto à Mossack. Além disso, ele era responsável por pelo menos outras 18 off-shores, conforme o MPF.
Foram soltos
Ricardo Honório Neto, sócio da representação brasileira da Mossack, e Renata Pereira Brito, funcionária de confiança da Mossack no Brasil, saíram da cadeia no domingo (31) porque venceu o prazo da prisão temporária.
"Renata Pereira de Brito e Ricardo Honório Neto, em princípio, são co-autores secundários ou de menor participação dos crimes imputados, sendo os reais controladores da Mossack Fonseka Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero, que também possuem mandados de prisão temporária, permanecem em local desconhecido", afirma o MPF.
Apesar da liberdade, eles terão que respeitar algumas exigências. Renata e Ricardo estão proibidos de deixar o país ou mudarem de endereço, sem a autorização da Justiça; devem entregar o passaporte em 48 horas; não podem voltar a trabalhar na Mossack; devem comparecer a todos os atos do processo e de atender convocações da PF e do MPF.
Continua presa
Já a publicitária Nelci Warken teve a prisão temporária renovada. Isso significa que ficará até mais cinco dias na carceragem da Polícia Federal.
Nelci é apontada pelas investigações como responsável por um tríplex no Condomínio Solaris, embora ele tivesse sido transferido para a Murray. De acordo com o juiz Sérgio Moro, há provas do envolvimento dela em fraudes.
“Há provas, em cognição sumária, da prática por ela de diversas fraudes, para ocultar patrimônio e para simular negócios jurídicos, com destaque a aparente fraudulenta transferência de patrimônio entre a Paulista Plus e a Murray Holdings”, diz trecho do despacho de Moro.
Ao G1, o advogado da publicitária, Alexandre Crepaldi, avaliou a prorrogação da prisão como descabida e disse que tomará providências durante a semana.
Família de Vaccari pagou por apartamento
O despacho do juiz Sérgio Moro sobre esta fase da Lava Jato diz que uma cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, pagou R$ 200 mil por um apartamento em construção no Solaris, até 2012. No ano seguinte, desistiu do negócio e recebeu como devolução da OAS R$ 430 mil.
Além disso, a mulher de João Vaccari Neto, Giselda Rousie de Lima, declarou à Receita Federal ser proprietária da unidade 43 no empreendimento. Mas, segundo o MPF, outra pessoa aparece como proprietária: Sueli Falsoni Cavalcante, que é empregada da OAS.
Vaccari, que já presidiu a Bancoop, foi preso pela Lava Jato em 2015 e está detido na Região Metropolitana de Curitiba. O G1 tentou contato telefônico com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa o ex-tesoureiro, porém, a ligação foi direcionada para a caixa postal.
O advogado da OAS, Edward Carvalho, disse que a busca e apreensão na empresa “foi desnecessária” e que as informações poderiam ter sido pedidas antes pela PF.
Triplex que foi de Lula
De acordo com o jornal "O Globo", um triplex do condomínio Solaris pertenceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o MPF, o caso ainda é investigado.
Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo no ano passado, dois funcionários do Solaris afirmaram que viram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitando a reforma do triplex 164A. A investigação do MP de São Paulo é independente da Lava Jato.
Na sexta (29), o promotor de Justiça de São Paulo Cássio Conserino intimou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia para depor na investigação sobre o apartamento triplex. O depoimento está marcado para o dia 17 de fevereiro, no Fórum da Barra Funda, na capital, e será a primeira vez que Lula e Marisa vão depor como investigados.
O Instituto Lula diz que "são infundadas as suspeitas do Ministério Público de São Paulo e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares".
A prisão temporária de Ademir Auada, investigado na 22ª fase da Operação Lava Jato e que se entregou à polícia na quinta-feira (28), vence nesta segunda-feira (1º). Ele deve prestar depoimento aos delegados da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 10h.
Maria Mercedes Riano Quijano e Luis Fernando Hernandez River também tiveram mandados de prisão expedidos na atual fase e estão foragidos. A dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack no Brasil.
A prisão de Auada pode ser prorrogada por mais cinco dias ou convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a carceragem. Esses pedidos podem ser feitos tanto pela PF, quanto pelo Ministério Público Federal (MPF). Já a decisão depende do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.
Esta nova fase da operação investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris em Guarujá (SP) para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
A empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, é investigada por abrir uma offshore (Murray Holdings) que assumiu a propriedade de um dos imóveis para esconder os reais donos.
Auada aparece como responsável pela Murray Holdings junto à Mossack. Além disso, ele era responsável por pelo menos outras 18 off-shores, conforme o MPF.
Foram soltos
Ricardo Honório Neto, sócio da representação brasileira da Mossack, e Renata Pereira Brito, funcionária de confiança da Mossack no Brasil, saíram da cadeia no domingo (31) porque venceu o prazo da prisão temporária.
"Renata Pereira de Brito e Ricardo Honório Neto, em princípio, são co-autores secundários ou de menor participação dos crimes imputados, sendo os reais controladores da Mossack Fonseka Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero, que também possuem mandados de prisão temporária, permanecem em local desconhecido", afirma o MPF.
Apesar da liberdade, eles terão que respeitar algumas exigências. Renata e Ricardo estão proibidos de deixar o país ou mudarem de endereço, sem a autorização da Justiça; devem entregar o passaporte em 48 horas; não podem voltar a trabalhar na Mossack; devem comparecer a todos os atos do processo e de atender convocações da PF e do MPF.
Continua presa
Já a publicitária Nelci Warken teve a prisão temporária renovada. Isso significa que ficará até mais cinco dias na carceragem da Polícia Federal.
Nelci é apontada pelas investigações como responsável por um tríplex no Condomínio Solaris, embora ele tivesse sido transferido para a Murray. De acordo com o juiz Sérgio Moro, há provas do envolvimento dela em fraudes.
“Há provas, em cognição sumária, da prática por ela de diversas fraudes, para ocultar patrimônio e para simular negócios jurídicos, com destaque a aparente fraudulenta transferência de patrimônio entre a Paulista Plus e a Murray Holdings”, diz trecho do despacho de Moro.
Ao G1, o advogado da publicitária, Alexandre Crepaldi, avaliou a prorrogação da prisão como descabida e disse que tomará providências durante a semana.
Família de Vaccari pagou por apartamento
O despacho do juiz Sérgio Moro sobre esta fase da Lava Jato diz que uma cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, pagou R$ 200 mil por um apartamento em construção no Solaris, até 2012. No ano seguinte, desistiu do negócio e recebeu como devolução da OAS R$ 430 mil.
Além disso, a mulher de João Vaccari Neto, Giselda Rousie de Lima, declarou à Receita Federal ser proprietária da unidade 43 no empreendimento. Mas, segundo o MPF, outra pessoa aparece como proprietária: Sueli Falsoni Cavalcante, que é empregada da OAS.
Vaccari, que já presidiu a Bancoop, foi preso pela Lava Jato em 2015 e está detido na Região Metropolitana de Curitiba. O G1 tentou contato telefônico com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa o ex-tesoureiro, porém, a ligação foi direcionada para a caixa postal.
O advogado da OAS, Edward Carvalho, disse que a busca e apreensão na empresa “foi desnecessária” e que as informações poderiam ter sido pedidas antes pela PF.
Triplex que foi de Lula
De acordo com o jornal "O Globo", um triplex do condomínio Solaris pertenceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o MPF, o caso ainda é investigado.
Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo no ano passado, dois funcionários do Solaris afirmaram que viram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitando a reforma do triplex 164A. A investigação do MP de São Paulo é independente da Lava Jato.
Na sexta (29), o promotor de Justiça de São Paulo Cássio Conserino intimou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia para depor na investigação sobre o apartamento triplex. O depoimento está marcado para o dia 17 de fevereiro, no Fórum da Barra Funda, na capital, e será a primeira vez que Lula e Marisa vão depor como investigados.
O Instituto Lula diz que "são infundadas as suspeitas do Ministério Público de São Paulo e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares".