Câmara aprova em segundo turno PEC da DRU; proposta vai ao Senado

Agência Brasil - 09 de junho de 2016

A Câmara dos Deputados aprovou ontem (8), em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC 04/15), que prorroga até 2023 a permissão para que o governo utilize livremente parte da sua arrecadação, a chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU).


Aprovado por 340 votos a favor e 96 contra, o texto recria o mecanismo fiscal com vigência retroativa a 1º de janeiro deste ano. A DRU foi aprovada em primeiro turno na quinta-feira (2). A proposta ainda tem de ser votada em dois turnos pelo Senado.


A prorrogação da DRU deveria ter sido aprovada no ano passado, já que perderia validade em 31 de dezembro de 2015. Como não chegou a ser votado, o texto aprovado pela Câmara estabelece que a vigência será retroativa a 1º de janeiro de 2016.


Também o percentual anterior era de 20 % e agora passa para 30 %. A DRU permite ao governo realocar livremente 30% das receitas obtidas com taxas, contribuições sociais e de intervenção sobre o domínio econômico (Cide).


O relator da PEC, deputado Laudívio Carvalho (SD-MG), disse que a proposta não retira recursos da Previdência Social.


“No relatório, preservamos a saúde, a educação e a Previdência Social. Nenhum aposentado terá seu direito arrancado. Estamos aqui para defender o aposentado. O que estão dizendo é uma falácia e não é verdade. Não há qualquer item que prejudique educação, saúde e Previdência Social”, afirmou Carvalho.


Ao defender a aprovação da PEC da DRU, Laudívio Carvalho informou que, sem a desvinculação dos recursos, o governo federal estará “literalmente falido”. De acordo com o relator, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff defendia a aprovação da DRU nos mesmos termos de hoje. “Então, por que ela [a DRU] era boa e agora é ruim?”, questionou Laudívio.


Ex-vice-líder do governo Dilma, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) recordou que a PEC foi encaminhada à Câmara em julho de 2015 pela presidente afastada e não chegou a ser votada.


Segundo ele, a proposta sempre foi criticada por partidos que, à época, faziam oposição ao governo. “Nenhum governo pode governar sem DRU. Faço oposição a esse governo provisório, mas não sou irresponsável e votei a favor da DRU”, afirmou o deputado.


Os únicos partidos que encaminharam votação contrária à PEC da DRU foram os declaradamente contrários ao governo interino de Michel Temer. Encaminharam contra a aprovação o PT, PDT, PCdoB, PSOL e Rede.