Valor Econômico - 02 de agosto de 2016
O governo de Michel Temer cedeu a pressões de parlamentares para avançar na negociação das dívidas dos Estados com a União. O governo aceitou deixar o Poder Judiciário e o Ministério Público nos Estados de fora das novas regras para cálculo de despesas com pessoal. Não serão contabilizadas, dentro do limite de gastos com funcionalismo, os auxílios, indenizações e terceirização de mão de obra. Para agilizar a aprovação do projeto, o governo também negociou uma regra de transição, com prazo de 10 anos, para enquadramento dos Estados aos limites de gasto com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas.
Para o Ministério da Fazenda, não houve um afrouxamento do governo no acordo. A opinião dos investidores a esse respeito será conhecida em algumas horas, no transcorrer da sessão de negócios com ativos financeiros no mercado aberto, na bolsa de valores e de futuros.
Seria mais simples prever se o mercado continuaria 100% fechado com o governo se as contrariedades terminassem aí e se o mercado internacional fosse abduzido do noticiário global. Os bancos levam uma surra na Europa, relata a equipe de Mercados Internacionais do Valor PRO .
Os investidores correm para vender as ações de bancos europeus em uma semana em que os principais bancos do bloco divulgam os seus resultados para o segundo trimestre de 2016. A expectativa dos mercados é de que os resultados mostrem lucros reduzidos, por causa dos juros europeus negativos e da baixa lucratividade geral.
Os bancos europeus também estão penando pelo aumento da regulamentação no bloco. Alguns deles, sobretudo os italianos, também enfrentam problemas com o acúmulo de créditos podres. As ações do banco italiano Unicredit foram suspensas nesta terça-feira, depois de caírem quase 5%. O banco teve os piores resultados entre todos os bancos sistemicamente importantes nos testes de estresse do setor bancário europeu.
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