Saques do FGTS podem ajudar retomada do comércio, aponta federação

Agência Brasil - 08/04/2017


Os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), liberados para saque pelo governo no início deste ano, podem acrescentar até 2,4% ao faturamento do comércio varejista nacional em 2017, considerando a injeção total dos R$ 45 bilhões no varejo brasileiro. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que avaliou que o volume de dinheiro a ser sacado das contas inativas vai ajudar no processo de retomada da economia.


A assessoria técnica da FecomercioSP avaliou que “ainda que nem todo o dinheiro seja destinado para o consumo, o varejo pode se beneficiar no médio e longo prazo já que, se o consumidor optar por quitar dívidas ou aplicar, tais recursos entrarão no mercado financeiro elevando a capacidade bancária de conceder empréstimos”.


Além disso, com o dinheiro, “os consumidores endividados ou inadimplentes poderão reequilibrar seu orçamento doméstico, limpar o nome e se tornar novamente elegível a novos crediários, em condições mais vantajosas”, acrescentou.


Segundo o estudo, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul concentram os maiores volumes de recursos a serem sacados. Ao avaliar a participação de cada estado no total de rendimentos e remunerações pagas no Brasil, a entidade verificou que São Paulo será responsável por 32,7% do total.


“Dos R$ 45 bilhões disponibilizados para saque estima-se que R$ 14,7 bilhões serão injetados na economia paulista e as vendas do setor no estado podem crescer até 2,5%”, avaliou a federação. Na sequência, os estados do Rio de Janeiro (11,2% do FGTS e R$ 5 bilhões de recursos), Minas Gerais (8,7% e R$ 3,9 bilhões) e Rio Grande do Sul (6% e R$ 2,7 bilhões) aparecem como os maiores destinatários dos recursos.


Já os estados de Roraima (0,2% e R$ 86,9 milhões), Amapá e Acre (ambos com 0,3% e R$ 139,6 milhões e R$ 116,6 milhões, respectivamente) receberão o menor montante de recursos do FGTS.