CPMI da JBS ouve Ricardo Saud nesta manhã

Agência Câmara Notícias - 31/10/2017


A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a JBS ouve nesta manhã o ex-diretor de relações institucionais do grupo J&F Ricardo Saud. A J&F é a holding que controla empresas como a JBS, Brasil Celulose e Banco Original, pertencentes à família Batista.

Ricardo Saud foi preso junto com o empresário Joesley Batista (dono do grupo J&F) no começo de setembro após pedido, feito pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, ser acatado pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.

Saud, que atualmente está preso na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, fechou acordo de delação premida com o Ministério Público Federal.


O depoimento de Saud atende a requerimentos dos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), João Rodrigues (PSD-SC) e Izalci Lucas (PSDB-DF) e do senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPMI.


"Ele tem muita coisa a falar e acho que vai ser importante nesse processo da CPMI", avaliou Izalci Lucas. O deputado Paulo Pimenta lembrou que Saud ficou nacionalmente conhecido como o “homem da mala” por ter sido filmado pela Polícia Federal entregando uma mala com R$ 500 mil para o ex-deputado federal Rocha Loures.

Já o deputado João Rodrigues ressaltou que gravações de áudio posteriores entre Joesley e Saud mostraram que informações sobre irregularidades foram omitidas na delação premiada.

Por sua vez, Ataídes de Oliveira disse que, segundo órgãos da imprensa, Saud teria ajudado Edson Fachin a conseguir apoio de senadores para sua indicação ao STF. A pedido da CPMI, o próprio ministro Fachin autorizou o depoimento de Saud, que está preso preventivamente.

Ex-presidente da CEF
Na semana passada, os parlamentares ouviram o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Hereda. Na ocasião, ele negou a existência de irregularidades na liberação de empréstimos ao grupo J&F e disse que todas as operações eram aprovadas por órgãos colegiados e passavam pelo crivo de mais de 50 técnicos.

A audiência será realizada a partir das 9 horas, no plenário 2, da ala Nilo Coelho, no Senado.