STF inicia julgamento bilionário sobre tributação de doações do exterior




Poder 360

Disputa por imposto sobre heranças. SP pode receber R$ 5,4 bilhões. Decisão terá repercussão geral


A decisão do STF terá repercussão geral. Ou seja, será usada como base em outros julgamentos que envolvam sucessão patrimonialSérgio Lima/Poder360 - 24.ago.2020

O STF (Supremo Tribunal Federal) inicia nesta 6ª feira (23.out.2020) julgamento para determinar se Estados podem tributar heranças ou doações vindas do exterior. O caso pode representar ganho de mais de R$ 5 bilhões apenas em São Paulo.





Em pauta no Supremo está uma ação movida pelo governo paulista contra decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que proibiu a cobrança do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação). O tributo deveria ser pago sobre 1 imóvel localizado na cidade de Treviso, na Itália, e herdado por 1 morador do Brasil.













A decisão dos magistrados neste caso terá repercussão geral. Ou seja, será usada como base em outros julgamentos que envolvam sucessão patrimonial.


Atualmente a Constituição permite que Estados recolham impostos sobre doações e herança. O problema é que o texto orienta que haja uma lei complementar federal que regule a tributação de bens e valores vindos do exterior. Essa lei ainda não existe.


O argumento da PGE-SP (Procuradoria Geral do Estado de São Paulo), parte da ação, é de que muitos contribuintes ricos enviam recursos ao exterior, para paraísos fiscais, para que seus herdeiros escapem da tributação.


O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a ação pode representar ganho de R$ 5,4 bilhões para o Estado. Doria esteve em Brasília na última 4ª feira (21.out) e se reuniu com o presidente do STF, ministro Luiz Fux. Na saída da reunião, falou que a tributação do ITCMD foi 1 dos temas discutidos.


Nós temos uma causa aqui de R$ 5,4 bilhões em julgamento. R$ 5,4 bilhões significa uma diferença expressiva para o Fisco de São Paulo e para o equilíbrio fiscal no momento dessa pandemia”, afirmou o tucano.


“Fizemos uma reforma administrativa depois de intensos debates durante 3 semanas na Assembleia Legislativa para proteger R$ 7 bilhões para a saúde, educação, habitação e segurança pública. Portanto 1 processo que representa R$ 5,4 bilhões para São Paulo é bastante significativo.”