Muito se tem ouvido, lido e visto na mídia a respeito das mazelas que, dia-a-dia, se desnudam mostrando a face nada agradável, mas real do nosso País. São escândalos sobre escândalos, denúncias sobre denúncias que versam sobre desvios de recursos públicos e que, embora já fazendo parte do nosso consciente coletivo, nunca tinham sido explicitados com tamanha veemência.
Esse quadro tem produzido um efeito devastador sobre a confiança da sociedade nas instituições democráticas. A cada dia se vêem reforçadas as mais esdrúxulas iniciativas que pretendem, ao embalo dos interesses de determinados setores, demonstrar que todos são iguais e que nada presta. Esse é um discurso fácil, que pega fácil, mas que não aponta nenhum caminho a seguir. Podemos citar, como exemplo, a justificativa da sonegação de tributos com o argumento de que não há retorno social dos recursos arrecadados e a campanha pelo voto nulo, como contraponto a descompostura dos parlamentares e por aí vai. O problema é que nenhuma dessas alternativas leva a lugar algum e desestimulam o aprimoramento natural da nossa democracia.
O Sindireceita aprendeu, por meio do processo de enfrentamento das questões afetas aos técnicos da Receita Federal, que é preciso muita perseverança para seguir em frente com o projeto de consolidação do nosso cargo e que esse projeto é permanente. A cada avanço ou retrocesso, sempre teremos que estar dispostos a reunir forças para continuar lutando por melhorias e enfrentando as adversidades que se apresentarem diante de nós.
Entendemos que o que o País está passando são as dores de uma democracia incipiente e que, analogamente ao que se sucede no nosso Sindicato, levantando após cada tombo, superaremos as dificuldades sem nunca esquecermos o nosso ideal.
A lição que tiramos da conjuntura atual é que ela pode propiciar uma renovação de ânimos à sociedade organizada fazendo com que assumamos o nosso papel de apontar novos caminhos a serem trilhados. São os servidores públicos organizados em seus sindicatos e associações que têm a obrigação de apontar as soluções para tornar a máquina pública mais eficiente e defendê-la da promiscuidade que historicamente foi estabelecida pelo fisiologismo dos governos que se sucederam. É nesse sentido que estamos participando da construção da unidade das carreiras típicas de Estado para darmos, em breve, a demonstração de que o servidor público pode atuar de forma unificada para a construção de um Estado forte e cumpridor da sua missão finalística: uma sociedade socialmente justa, humanamente diversa e completamente livre.
Servidores realizam paralisação
de 24h por valorização
O Movimento Nacional em defesa do Estado Brasileiro, formado por 14 entidades representativas de servidores de Carreiras de Estado, realizará no próximo dia 31 de maio paralisações em todo o território nacional.
Representando cerca de 70 mil servidores concursados efetivos, dos grupos de Fiscalização, Arrecadação, Previdência e Gestão, as entidades vêm realizando diversas manifestações nos últimos meses. Eles exigem que o Governo Federal, através do Ministério do Planejamento, retome as negociações para discutir a valorização dos servidores públicos, assegurando assim a manutenção dos seus quadros. Até o momento, o governo ainda não recebeu os representantes das Carreiras para discutir a pauta de negociação.
Para exigir que a negociação seja retomada o Movimento Nacional em defesa do Estado Brasileiro decidiu por uma paralisação de 24 horas no próximo dia 31, quarta-feira. Nos estados serão realizadas paralisações e manifestações, conjuntas ou isoladas, das categorias que compõem o movimento. As Carreiras envolvidas são do núcleo estratégico do Governo e vêm buscando a negociação desde o final do ano passado.
Os representantes do Movimento acreditam que apenas com Carreiras bem estruturadas e instrumentadas o Estado implementará as mudanças pelas quais clama a sociedade brasileira. O presidente do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, defende também a importância do cidadão reconhecer o papel do servidor público de carreira de Estado. ?Se é ruim para a gente, pior ainda é para a população que precisa do servidor público. Valorizar o servidor público é valorizar o cidadão, o serviço público?, destaca.
AACE (Associação dos Analistas de Comércio Exterior),
Afipea (Associação dos Servidores do Ipea), Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social), Anesp (Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental), Anpla (Associação Nacional dos Técnicos do Planejamento), Assecor (Associação Nacional dos Servidores da Carreira Orçamento), Assup (Associação dos Servidores da Susep), Fenafisp (Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social), Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), Sinal (Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central), SindCVM (Sindicato Nacional dos Servidores da CVM), Sindireceita (Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal), Unacon (União Nacional de Analistas e Técnicos de Finanças e Controle), Unafisco Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal).