Mascaro encanta plateia no Seminário Brasil do Futuro em Porto Alegre

Mascaro encanta plateia no Seminário Brasil do Futuro em Porto Alegre

Mascaro discorreu sobre Estado, política, cultura e filosofia no evento que marcou o lançamento do seu mais novo livro “Estado e forma política”, lançado pela Boitempo Editoral


Mascaro discorreu sobre Estado, política, cultura e filosofia no evento que marcou o lançamento do seu mais novo livro “Estado e forma política”, lançado pela Boitempo Editoral


 


O professor Alysson Leandro Mascaro silenciou as mais de 150 pessoas que lotaram o plenário Ana Terra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, durante mais de uma hora, no último dia 24 de maio. A atenção às palavras do professor de Direito da USP e do Mackenzie de apenas 37 anos foi absoluta. Mascaro discorreu sobre Estado, política, cultura e filosofia no evento que marcou o lançamento do seu mais novo livro “Estado e forma política”, lançado pela Boitempo Editoral.


Promovido pelo Sindireceita e Fundação Lauro Campos, a mesa da palestra também foi composta por Gerônimo Sartori, presidente do CEDS/RS e do CNRE, (Conselho Nacional de Representantes Estaduais, representando o Sindireceita, e por Roberto Robaina, presidente da Fundação Lauro Campos. Luciana Genro, da Direção Nacional do PSOL e aluna de Mascaro, apresentou e coordenou o evento.


O livro lançado aborda as formas de sociabilidade capitalista. De acordo com nossa localização na sociedade há todo um posicionamento de valores, os quais é preciso identificar e, em muitos casos, lutar para romper com essas formas pré-determinadas. Partindo disso, Mascaro descreveu as 3 vertentes filosóficas na qual as pessoas se movem, segundo sua percepção: a indiferença, o ódio e a esperança. Delas derivam vertentes políticas que se manifestam na disputa da sociedade, da política, do Estado e da consciência coletiva.


A primeira apresentada a indiferença, que segundo o professor é o caminho filosófico da maioria da humanidade atualmente sobre os temas do mundo. Diante das injustiças sociais, a maioria das pessoas está informada mas trata como algo do outro, o que não nos afeta não nos move, então as crises que perpassam a humanidade geram informação e nenhuma ação, tornando-nos diferentes. Em filosofia política essa é a definição do mundo liberal.


Em segundo lugar falou do ódio, que marca a ação política reacionária. A maior expressão disso foi o nazismo, quando a perseguição e extermínio aos comunistas, ciganos e judeus caracterizou o regime comandado por Hitler. A exaltação de um passado glorioso que se perdeu e precisa ser recuperado é uma característica pujante aos seguidores do ódio. O professor ainda ressalta as diversas facetas que pode tomar nas diferentes épocas históricas. Hoje, no Brasil por exemplo, não existe perseguição a judeus como na Alemanha nazista, esse tipo de discriminação inclusive é tratado como crime. Contudo, o casamento gay e os direitos dos gays e lésbicas despertam reações e discursos de ódio. Citou ainda as manifestações típicas de alguns segmentos sociais saudosos da ditadura, época de “bons costumes e princípios”. Para o reacionário a virtude está no passado.


Mais de 150 pessoas que lotaram o plenário Ana Terra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, durante mais de uma hora, no último dia 24 de maio


Mais de 150 pessoas que lotaram o plenário Ana Terra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, durante mais de uma hora, no último dia 24 de maio


 


Por último ressaltou que também há o segmento que se move filosófica e politicamente pela esperança. Para esses, segundo Mascaro, o desafio é o progresso, é a melhoria no futuro das mazelas do presente. É o tipo que não fica indiferente à injustiça. O professor enquadra os socialistas nessa categoria, aqueles que não apresentam no presente um exemplo do que defendem, mas apontam no futuro, próximo ou distante, o tipo de sociedade que desejam. Vários são os exemplos de progressismo. A abolição da escravatura era uma utopia às sociedades do século XIX. Quando um abolicionista era perguntado de quando havia se tido uma civilização sem escravos a resposta estava no futuro, já que de fato todas as sociedades apresentavam variantes de escravidão, contudo quando em 1888, aboliu-se a escravidão formalmente no Brasil, o mundo todo passava a vigorar sem regimes de trabalho escravos impostos por força da lei.