Analistas-Tributários participaram no último dia 20 da Operação Sorte Grande, que tinha como objetivo desarticular um esquema de sonegação de contribuições previdenciárias e tributos no valor total de R$ 896 milhões. A Polícia Federal (PF) no Piauí afirmou que o grupo empresarial com sede no estado também cometeu diversos outros crimes, entre eles a falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A operação contou com a participação de 22 servidores da Receita Federal, entre eles quatro Analistas-Tributários, e 85 policiais federais, entre delegados, peritos, escrivães e agentes.
O alvo da investigação, segundo a PF, são empresas do Sistema Integrado Meio Norte, conglomerado de emissoras de comunicação e atividades comerciais, controlado pelo empresário Paulo Guimarães, conhecido como PG. As investigações começaram em 2006 e revelaram o uso de laranjas e offshores, empresas que atuam em mais de um país. Nesse caso, a empresa era sediada também no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. O esquema desmontado teria transferido o dinheiro arrecadado para novas pessoas jurídicas, deixando as pessoas que contribuíram com alguma quantia apenas com as dívidas.
Para manter o negócio funcionando e evitar o pagamento integral dos impostos devidos, os suspeitos aderiram a programas de recuperação fiscal, no âmbito da Receita Federal, arrolando como garantia bens de baixo custo e fazendo o parcelamento da dívida.
Foram realizadas buscas e apreensões de computadores e documentos em escritórios de empresas do grupo e na residência de Paulo Guimarães e de uma filha dele. Ao todo, 15 pessoas foram detidas para prestarem depoimentos sobre o esquema.