O presidente do Sindireceita, Hélio Bernades, em entrevista ao Jornal Nacional desta quinta-feira (26), denunciou o corporativismo exacerbado na Receita Federal do Brasil que se instalou no órgão à revelia das diretrizes da política do governo. Em reportagem sobre as novas suspeitas de quebra de sigilo fiscal de contribuintes, Bernades destacou "que nos últimos anos houve um aparelhamento sindical de uma determinada categoria dentro do órgão". A matéria foi reprisada no Jornal da Globo.
Ainda ontem, Hélio Bernades participou, em Brasília (DF), do programa Entre Aspas apresentado pela jornalista Mônica Waldvogel, no canal de TV Globo News. Novamente, Bernades defendeu a punição dos envolvidos na violação do sigilo fiscal de contribuintes ligados ao PSDB, resguardadas as garantias de ampla defesa dos acusados, mas também cobrou maior transparência na investigação sobre o vazamento dos dados sigilosos. Hélio Bernades também voltou a defender a criação de um mecanismo de controle externo da Receita Federal do Brasil. Ele lembrou que o Sindireceita e os Analistas-Tributários defendem essa proposta há vários anos.
A proposta de criação do Conselho de Política e Administração Tributária - controle externo da Receita Federal do Brasil - defendida pelo Sindireceita ganhou destaque na imprensa nacional nas últimas semanas. O presidente do Sindireceita, Hélio Bernades, defende que, neste momento em que as grandes questões do País estão sendo discutidas pelos candidatos à Presidência, é preciso ampliar o debate e colocar no centro das discussões a necessidade de mais transparência e melhoria na eficiência de órgãos do estado brasileiro como a Receita Federal do Brasil. "A proposta do Sindireceita de controle externo da Receita Federal está inserida nesse contexto. Por isso, consideramos essencial pautar essa discussão", destacou. Bernades acrescenta que a adoção de mecanismos como esse podem evitar que novos escândalos abalem ainda mais a reputação da Receita Federal que, ao longo dos últimos anos, passou a dar sinais seguidos de descontrole administrativo, perda de eficiência e, principalmente, de falta de credibilidade. "São episódios seguidos que reforçam a necessidade de controle externo da Receita Federal que possa se contrapor ao corporativismo que se formou e se reforça a cada dia na alta cúpula do órgão e que se espalha por unidades em todo o País. A Receita Federal que sempre foi órgão de excelência do serviço público tornou-se cenário para violação de informações, depois sofreu na gestão da ex-secretária Lina Vieira sob acusações de aparelhamento e agora volta a ser destaque nacional diante das denúncias de vazamento de informações e violação de sigilo fiscal. É preciso por um basta em toda essa desordem", adverte.