Os manauaras que foram a Miami (EUA) atraídos pelo “Thanksgiving Day” (Dia de Ação de Graças), também conhecido como “Black Friday”, e retornaram na quinta-feira (01/12), em excursão promovida por agência de turismo, passaram até cinco horas e meia na fila da Receita Federal, no aeroporto Eduardo Gomes. “A inteligência da Receita descobriu que o grupo trazia muitas compras e foi erroneamente informado que poucos seriam inspecionados. Resolvemos inspecionar todos”, disse o inspetor-chefe adjunto da Alfândega no aeroporto, Douglas Coutinho, ao CBN Manaus, nesta sexta-feira (02/12).
Os passageiros estavam indignados. “Como é que podem incentivar o turismo no Amazonas desse jeito? Como é que vai ser na Copa do Mundo?”, desesperava-se a aposentada Ivonilza de Paula, que tinha conexão em Manaus, rumo a Brasília, e só foi liberada às 17h, perdendo o voo. “Ela (a fiscal) tem que fazer o trabalho dela. Tudo bem, mas tem que ter estrutura. Nós ficamos esse tempo todo sem ter nem água para beber”, exasperava-se. Para complicar, as companhias aéreas disseram que não tinham nada com isso e resolveram cobrar as taxas de remarcação das passagens.
O analista de sistema André de Paula, cujo voo chegou às 11h, continuava no aeroporto às 16h e lembrava que direitos individuais estavam sendo feridos. “Havia no voo crianças, idosos, doentes, grávidas e todos esperando na fila. Isso é desumano”, disse.
O delegado sindical no Amazonas e diretor nacional do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal (Sindireceita), Moisés Hoyos, revelou que uma mudança na legislação tornou a fiscalização de bagagem privativa dos auditores-fiscais. “Os analistas-tributários podiam ajudar e melhorar a velocidade de atendimento no aeroporto, mas estão impedidos pela lei e ficam de mãos amarradas”, disse.
Coutinho disse que a Receita Federal espera pela reforma do aeroporto para aumentar o número de funcionários que fazem a inspeção de bagagem. (Blog Marcos Santos - CBN)