O Distrito Federal é a Unidade da Federação (UF) com a maior incidência de dengue no Brasil, segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde do DF. Neste ano, em menos de dois meses, estima-se que a região já ultrapassou a marca de 81 mil casos da doença. De acordo com pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), o pico de contaminações deve ocorrer nos meses de março e abril. Diante da gravidade deste cenário, a Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Sindireceita apresenta a seguir um conjunto de orientações, baseadas em informações oficiais de órgãos competentes, visando à proteção da saúde dos filiados e filiadas.
Os esclarecimentos abaixo são dedicados, sobretudo, aos colegas residentes no DF, bem como a todos e a todas que pretendem deslocar-se ao Distrito Federal nos próximos meses, especialmente em março e abril – quando o aumento de infecções deve ser registrado. Fazemos este alerta em virtude de agendas já programadas para este período, entre elas a Reunião Ordinária do Conselho Fiscal Nacional (CFN), que será realizada dos dias 4 a 8 de março; e a LXXXVII Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Representantes Estaduais (CNRE), prevista para abril.
Dengue: sintomas e tratamento
O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido principalmente por via vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. Casos de transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue são raros.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), não há necessidade de realização de exames específicos para o tratamento da doença, uma vez que este é baseado nas manifestações clínicas (sintomas) apresentadas. Contudo, para apoiar o diagnóstico clínico existem disponíveis técnicas laboratoriais para identificação do vírus (até o 5° dia de início da doença) e pesquisa de anticorpos (a partir do 6° dia de início da doença).
É fundamental destacar que pessoas de todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à dengue. Todavia, conforme dados do MS, pessoas acima de 65 anos; gestantes e lactantes; crianças de até 2 anos; e portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e enfrentar outras complicações pela doença.
Devem procurar imediatamente um atendimento de saúde, a fim de obter tratamento, aqueles e aquelas que apresentarem febre (39°C a 40°C) de início repentino e pelo menos duas das seguintes manifestações: dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas pelo corpo. O Ministério da Saúde também destaca que é necessário ficar atento após o período febril.
Isso porquê, de acordo com o órgão, com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
- Dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Hipotensão postural e/ou lipotímia;
- Letargia e/ou irritabilidade;
- Aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
- Sangramento de mucosa; e
- Aumento progressivo do hematócrito.
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.
Dengue: prevenção e vacinação
Quando o assunto é dengue, prevenção é a palavra de ordem. São diversos os cuidados para evitar a contaminação, entre eles:
- Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
- Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
- Vedação dos reservatórios e caixas de água; e
- Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
Além das medidas preventivas, o em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. Confira aqui os municípios selecionados para a vacinação.
O tratamento para dengue é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, os pacientes devem adotar as seguintes condutas, em casa:
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Não se automedicar;
- Procurar imediatamente o serviço de urgência, em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme; e
- Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
Todas as informações acima destacadas estão presentes no site oficial do Ministério da Saúde. É fundamental que todos os cidadãos e cidadãs fiquem atentos às orientações sobre o tema e adotem as medidas necessárias para evitar contrair a doença.