Reformas - o medo soterrando a esperança
Depositamos nossas expectativas na esperança, que venceu a crueldade neoliberal, mas estranhamente o atual governo, democrático e popular, incorporou a  argumentação da tática da inverdade repetindo o receituário do FMI.
Se as reformas são inevitáveis e necessárias é essencial que se instaure um debate público e efetivamente democrático sobre os temas, tal como foram prometidas pelo presidente Lula. Mas por que um governo eleito com uma histórica representação, propondo mudanças e esperança adotou a cartilha e a cara da era FHC? Parece que os ares do Palácio do Planalto são capazes de provocar transformações surpreendentes só vistas nos roteiros de filmes como o médico e o monstro”. O medo começa a se espalhar...
  E os servidores públicos, que antes podiam contar com as emendas do PT no Congresso para defender e conquistar direitos vêem minguadas as suas representações, pois, como disse o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, em entrevista ao Cadernos T (Guia do Aposentado), o próprio presidente que tanto criticava o Congresso e seus trezentos picaretas se apressou em fazer acordo com esses trezentos picaretas para ter a maioria e aprovar aquilo que quiser. Conclui-se que o parlamentar, que antes era contra a reforma, hoje é fiel ao governo e, portanto, favorável às reformas, enquanto aqueles que eram a favor continuam  a favor. Incoerência do PT?
Não bastasse a primeira reforma que penalizou o servidor retirando-lhe mais de 50 direitos e conquistas que resultaram no sucateamento do setor público, nove  anos de perdas salariais e a execração através da mídia, o atual governo afronta o direito adquirido  e a expectativa de direito dos atuais servidores em relação às aposentadorias integrais. Arma-se de velhos argumentos para acabar com a paridade entre ativos e inativos, e a cobrança da contribuição previdenciária do aposentado.
No primeiro ato o escandaloso 1%  de reajuste.
A ousadia vai soterrar a esperança.