Personalidade
Doralice Neves Perrone, 69 anos, viúva, um filho e três netos, é natural de São Luiz - MA. Advogada formada pela Faculdade de Direito de Guarulhos - SP, dedicou 33 anos ao serviço público. Ingressou na Receita Federal em 1957, ocupando o cargo de agente administrativo da Recebedoria em São Paulo.
Batalhadora, Perrone teve participação ativa na consolidação da carreira Auditoria da Receita Federal e na fundação do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sinditten). Os debates pertinentes à criação do cargo de Técnico da Receita Federal surgiram nas reuniões de um grupo de agentes administrativos dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Perrone integrava esse grupo que tinha uma grande visão progressista. Ela conta que, durante sete anos, os agentes lutaram administrativamente para conseguir um cargo intermediário entre o pessoal de apoio e o fisco. “Abdiquei da família, ultrapassei barreiras terríveis, fazíamos reuniões aos domingos, enfrentamos resistências dos fiscais, mas me orgulho muito disso”. Perrone destaca que a criação da categoria só foi possível graças à ajuda de alguns políticos da época. “É bom que se diga que o Governo nunca se preocupou em melhorar a instituição Receita Federal. Acredito que a qualidade do servidor público deu um grande salto depois disso”.
Sempre presente nas atividades sindicais, Doralice Perrone já trabalhou junto à Nacional durante dois anos e atualmente representa os aposentados da DS/SP.  “A vida sindical é o meu grande amor”, revela. A personalidade deste mês também foi integrante do MOSAP e participou recentemente do processo de reestruturação do Departamento Jurídico da DEN.
Na opinião de Perrone, o servidor público ainda tem muito o que reivindicar. “Vim fazer o meu ‘pé de meia’ depois que me aposentei, em 1990. Falam que a gente é ‘marajá’, mas a gente não tem direito nem ao FGTS. Somos uma presa fácil para eles (governantes)”, desabafa Perrone que também atua como advogada tributária há dez anos.
Recado aos aposentados: “Gostaria que todos os aposentados fossem à luta, não ficassem à margem. O sindicato precisa muito da nossa ajuda, a gente não perdeu a guerra ainda. Levante, vamos mostrar a nossa força, a nossa garra!”.