Presidente do Mosap faz análise da manifestação do dia 11
A manifestação dos servidores públicos contra pontos previstos na reforma da previdência, realizada no dia 11 de junho, reuniu mais de 30 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. O presidente do Mosap há 10 anos, Domingos Ferdinando Travesso, participou do movimento e disse que o ato tocou a sensibilidade política dos governantes. “A manifestação foi altamente positiva, reuniu um número significativo de servidores públicos e demonstrou ao governo e aos deputados que não estamos satisfeitos com essa reforma. Ficou claro que estamos organizados e dispostos a enfrentar essa luta com destemor”, disse.
O Mosap juntamente com outras 30 entidades representativas dos servidores públicos integram o Movimento em Defesa da Previdência Social e do Serviço Público. Na avaliação de Domingos Travesso, se os servidores não demonstrarem representatividade forte durante a tramitação da reforma previdenciária no Congresso Nacional, eles serão massacrados. “O Movimento em Defesa da Previdência Social e do Serviço Público marcou com grande destaque a sua presença na manifestação demonstrando força e prestando um grande serviço aos servidores em defesa de seus direitos”.
O presidente do Mosap conta que a luta dos servidores vem se desenrolando há 11 anos, desde o “emendão Collor”, apresentado em 1991, e que também pretendia instituir, entre outras medidas, a contribuição dos inativos, além de acabar com a paridade. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também tentou acabar com direitos adquiridos dos servidores e propôs a contribuição dos aposentados, que foi barrada no Supremo Tribunal Federal “Essa proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com uma truculência ainda maior e, mais uma vez, temos que buscar união para ações coordenadas contra essa nova investida do atual governo”, declarou Travesso em tom de desabafo.
O ato contra a reforma da Previdência já trouxe benefícios aos servidores públicos. Na opinião de Domingos Travesso, o protesto do dia 11 foi tão expressivo que fez com que o governo adiantasse a instalação da Mesa Nacional de Negociação Permanente. “O governo já tinha a intenção de instituir a mesa de negociação, mas diante da manifestação o Executivo resolveu acelerar o processo para tentar acalmar os servidores”.
Longe de acalmar o funcionalismo, o governo ainda terá muita dor de cabeça pela frente se não modificar o texto da proposta que está sendo analisada na Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara. O presidente do Mosap também apóia a criação da central dos servidores públicos, encabeçada pelo presidente do Sindtten, Reynaldo Velasco Puggi. Segundo ele, a nova central já deveria ter saído a muito tempo. “Essa central terá um peso político muito forte”, declara Travesso.