Falando com o Leitor
Compromisso histórico
Todo processo de negociação é marcado por concessões. Essa é uma postura comum, quando as partes envolvidas demonstram bom senso e principalmente comprometimento com o cumprimento do que foi acordado. Mas há também pontos em uma negociação onde não pode haver concessões. A paridade é um desses pontos. Um direito constitucional conquistado e que não será abandonado.
Todos temos consciência que a negociação finalizada com a aprovação da Lei 10.910/04 trouxe evolução na luta pela Justiça Salarial. Mas, também é fato que a aprovação de percentuais diferenciados de gratificação para ativos e inativos fere um dos princípios básicos da Constituição. Não abrimos mão desse direito e muito menos desprezamos nossos aposentados e pensionistas durante toda a negociação. Mas também não acenamos com propostas milagrosas, impossíveis de serem realizadas. Consideramos sempre, esse é um compromisso histórico do Sindireceita, a paridade como inegociável.
É preciso destacar nesse momento, que durante todo o processo de diálogo o governo se mostrou irredutível. Todos sabemos que quando se iniciou a construção da proposta de criação da gratificação, o governo impôs como condição a não extensão da gratificação de desempenho aos aposentados. Proposta que foi totalmente descartada por nós. Na seqüência, como fruto da pressão do Sindireceita, o governo nos ofereceu uma gratificação no percentual de 3,5%, e que depois passou a ser de 10%. Ambas também rechaçadas. Por fim, após 18 meses de amplo diálogo, o governo estendeu a gratificação para até 30% do valor a ser pago aos servidores ativos, o que vai representar uma gratificação de até 13,5%. Sabemos que esse percentual não é o desejado e nem o devido aos nossos companheiros aposentados e pensionistas. Mas, essa é uma batalha que ainda não acabou. Lembro a todos que quando a GDAT foi criada vivemos situação semelhante e hoje todos os Técnicos, ativos, aposentados e pensionistas tem em seus contra-chegues a gratificação assegurada. O mesmo esforço está sendo empreendido para que o mesmo ocorra com a GIFA. Como já dissemos, e principalmente, como nosso comportamento histórico comprova, a paridade é inegociável. Não lutamos por  respeito e por direitos ontem para ver no futuro essas conquistas serem abandonadas. Os 11 anos de história de nosso sindicato demonstram isso e o tempo mais uma vez vai provar que estamos certos. Desejo a todos uma  boa leitura.
Reynaldo Puggi
Presidente do SINDIRECEITA