Armas de Fogo: Cuidados e Prevenções
Porte e manuseio
À despeito das discussões que surgirão em torno dos aspectos da Lei 11.118/05, parece-nos temerário já nos dirigirmos, em primeira mão e ainda despreparados, à lojas especializadas e assim adquirirmos Pistolas, Revólveres e outras armas. Devemos, de imediato, nos preparar adequadamente para o porte e manuseio de armas de fogo, que, acreditem, são ações diferentes e, por conseqüência, exigem níveis diferentes de preparação técnica, física e psicológica.
Uma coisa é portar um arma, outra é ter que usar esse perigoso aparato mecânico, construído segundo alguns princípios da Física e Química. Todos sabemos que uma arma de fogo tem o poder de levar pessoas ao óbito. Ainda que as lembranças sejam dolorosas para alguns, não custa lembrar que muitas crianças morrem em casa, em função de acidentes com armas. Esse tipo de acidente fatal acontece porque muitos adultos, despreparados, sequer tem conhecimento sobre o armazenamento adequado de uma arma de fogo. Pior ainda, não sabem que devemos tomar o devido cuidado para que crianças não saibam da existência desses equipamentos em casa. Apesar dos aspectos trágicos, vale trazer à tona um caso recente, amplamente divulgado em noticiários nacionais, o de um magistrado que, por motivo aparentemente insignificante (sua vida não corria risco!) deflagrou alguns tiros em um honesto cidadão brasileiro, tirando a vida de um vigilante, um profissional que coopera com a manutenção da ordem, que fazia apenas o seu trabalho. Assim se fez mais uma injustiça, nesse país de injustiças.
Então, colegas, o que proponho nesse primeiro momento (e a proposta é apenas para aqueles que entendem necessário portar uma arma de fogo) é que se preparem adequadamente.
Nesse sentido também julgamos temerário fazer, nesse momento, recomendações sobre cursos de tiro, credenciais, academias e lojas especializadas. O conhecimento dos aspectos legais e operacionais é sumamente importante para a questão em apreço. Assim, entendemos que o SINDIRECEITA, como entidade criada para defender os interesses dos Técnicos da Carreira Auditoria da Receita Federal, deve realizar estudos e pesquisas que possam trazer benefícios para a categoria em torno do assunto. A manualização de procedimentos parece-nos um caminho adequado. De qualquer sorte, esse artigo tem como objetivo principal alertar sobre os cuidados e deflagrar a discussão sobre o uso de armas de fogo. CUIDADO ! TODO CUIDADO É POUCO!
Providências sindicais
Sabemos que as decisões da categoria são adotadas pelas instâncias deliberativas, como o Congresso dos Técnicos, o CNRE e a AGNU, mas entendemos que, uma vez conquistado o direito ao porte de arma, devemos adotar ações para fazer com que a devida operacionalização ocorra, segundo níveis desejados pela categoria.
Urge, segundo o ponto de vista que aqui defendemos, exigir da Secretaria da Receita Federal, a adoção de algumas providências imediatas. Sugerimos, por exemplo, a definição e implementação imediata de uma plano específico de capacitação dos servidores enquadrados nas situações e locais de risco que, por conseqüência, tenham que trabalhar armados, possibilitando aos mesmos condições técnicas de segurança no uso e porte de armas de fogo.
Telmo Ribeiro de Figueiredo é Técnico, delegado seccional da Seção Ilhéus/Itabuna - DS Vitória da Conquista e ex-sargento especialista em Armas e Munições da FAB – 1985/1993