Programa desenvolvido por Técnicos agiliza trâmite de processos dentro da Receita Federal

Programa desenvolvido por Técnicos agiliza
trâmite de processos dentro da Receita Federal

Tempo de permanência de processos em setores é reduzido em quase 1.000 dias
A Portaria da Superintendência da Receita Federal da 7ª Região Fiscal n° 336, de 28 de abril de 2006, disciplinou e tornou obrigatório o uso do Sistema de Acompanhamento de Processos (SAP), que foi desenvolvido por dois Técnicos da Receita Federal e um servidor PCC da Delegacia da Receita Federal (DRF), em Vitória/ES. O SAP é um programa gerencial de controle dos processos em trâmite nas unidades administrativas da Receita Federal. O programa foi implantado em janeiro de 1999 e, posteriormente, estendido para todos os setores e unidades da DRF Vitória. Atualmente, o SAP controla cerca de 1 milhão de processos e além do Espírito Santo atende também unidades dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul. “A mudança é radical. Em pouco tempo se tem o total controle do andamento dos processos e a sua localização detalhada”, afirma o Técnico Cláudio Luiz Pontoppidan da Silva, do Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário (Secat) da DRF Vitória/ES.

Cláudio Luiz foi responsável pela definição do programa e destaca que o SAP alcançou seus principais objetivos, entre eles: dar transparência ao contribuinte nos trâmites dos processos, aumentar a rotatividade dos processos, controlar a produtividade dos servidores, agilizar procedimentos e reduzir o tempo de permanência do processo em determinado setor. “Só para se ter uma idéia, quando da implantação do programa em janeiro de 1999, o setor de restituição gastava em média 1.100 dias para tomar qualquer providência no processo. Após a implantação e trabalhando de acordo com os parâmetros do SAP, esta média caiu para 112 dias em dezembro de 2005. Um resultado muito significativo”, ressalta o Técnico.

O programa é dividido em dois módulos:

I – Consulta Rápida - que é destinado ao contribuinte e aos Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC). Neste módulo o contribuinte fica sabendo do andamento do seu processo em tempo real e em que posição ele se encontra na fila. “Com esta organização, conseguimos reduzir o número de reclamações em relação a processos em 90%”, explica Cláudio Luiz.

II – Módulo Processo – módulo onde os processos são cadastrados e trabalhados. Após o cadastramento dos processos, o programa monitora todos os seus trâmites com informações detalhadas e precisas. Além disso, o programa coloca todos os processos em ordem cronológica para serem trabalhados, dando transparência ao contribuinte.

O procedimento de entrada e saída dos processos no SAP é extremamente simples e feito por meio de recebimento eletrônico (sem uso do papel). Para prevenir possíveis erros cometidos por servidores, o programa lista os processos que o funcionário pode receber ou pode dar saída. “Com esse procedimento, um funcionário só consegue trabalhar no processo se outro funcionário fizer a movimentação correta. Do contrário, o processo fica condicionado à correção do funcionário que trabalhou na etapa anterior”, explica Cláudio Luiz.

Com relação à segurança, o SAP se encaixa dentro dos padrões da Secretaria da Receita Federal (SRF). Além de registrar todas as informações, o programa informa também o servidor que trabalhou no processo e qual a máquina que foi utilizada para fazer determinada alteração. Na opção auditoria ainda ficam registradas todas as informações dos usuários que usaram o programa.

O Técnico destaca também que um dos grandes benefícios do SAP é que o custo do programa foi praticamente zero, pois foram utilizados os recursos disponíveis na SRF e nenhum equipamento especial foi necessário para a implantação.

De acordo com Cláudio Luiz, uma das falhas cometidas pela SRF na elaboração dos seus programas era dar prioridade na implantação do ambiente de produção deixando para posteriori o desenvolvimento dos gerenciais. Ele afirma que antes da implantação do SAP havia um volume excessivo de processos, falta de parâmetros para trabalho, falta de controle do andamento e reclamações constantes de contribuintes. “Antes da implantação do SAP, a Receita Federal tinha carência de um programa de controle gerencial de processos que abrangesse 100% dos processos de uma unidade. Os existentes, ou controlavam somente uma parte dos processos (Profisc, Sidade, Sief) ou não tinham gerenciais satisfatórios (Comprot)”, critica o Técnico.

No entanto, Cláudio Luiz acredita que a tendência é que os novos programas em desenvolvimento na SRF estão levando em consideração um número razoável de gerenciais. “Dessa forma, a SRF continua com sua evolução depois do salto tecnológico ocorrido nos últimos 10 anos, fazendo jus ao título de órgão de ponta da administração pública”.

O Técnico Cláudio Luiz atualmente faz parte da equipe oficial de desenvolvimento de programas de controle de processos da Secretaria da Receita Federal pela Cotec (Coordenação de Tecnologia) – módulo gerencial do SIEF – Processos e e-processo (processo digital).

Os demais servidores que criaram o programa são: o ex-Técnico Ricardo Caetano, hoje auditor-fiscal da DRF Manaus/AM, que trabalhou no desenvolvimento do SAP e Célio da Penha, PCC da Secat/DRF, em Vitória/ES, que atuou no teste piloto. O auditor-fiscal José Guilherme Nascimento da Silva passou a integrar a equipe de definidores a partir de 2001.

Série de gerenciais que o SAP possui:

1 - Quantidade de processos em diversas situações, dentro das respectivas seções, dentro de cada órgão/seção;

2 - Relatório por processo, CPF e CNPJ (sendo que nas duas últimas opções, o programa vai buscar a relação de todos os processos daquele CPF ou CNPJ na unidade);

3 - Relatório de processos por grupos de órgãos (total de processos de uma região, DRF, etc);

4 - Total de entradas e saídas até determinado momento ou num determinado período;

5 - Média, em dias, que um setor ou seção leva para tomar qualquer providência em um processo;

6 - Opção de inventário físico.