Trabalhadores e proprietários de videolocadoras reagem à pirataria
Em Manaus/AM, clientes que chegam às locadoras de vídeo são atendidos por funcionários que usam camisetas da campanha "Pirata: tô fora. Só uso original!". A iniciativa foi do proprietário de três locadoras de vídeo da cidade, Overland Cruz, que, depois de acumular prejuízos causados pela venda ilegal de DVDs, resolveu reagir. "Não podia ficar parado e ver o movimento das lojas diminuir a cada dia. Vestimos a camisa para sensibilizar os clientes. Foi a forma que encontrei para mostrar a eles que, se nada for feito, todos os que trabalham formalmente ficarão sem alternativa", destacou.
A iniciativa do empresário estimulou outros comerciantes do setor, que também aderiram ao movimento. A ação chegou à Câmara dos Vereadores de Manaus, que, depois do apelo dos empresários, convocou uma audiência pública, para propor mudanças e maior combate à venda de produtos piratas na cidade. "Esperamos que as autoridades cumpram seu papel e que possamos adotar em Manaus uma legislação mais rigorosa contra aqueles que atuam na ilegalidade", destacou.
No Espírito Santo, a pirataria de DVD também gerou reações. A iniciativa partiu de um grupo de empresários que se reuniu para criar a Associação dos Amigos e Proprietários de Videolocadoras do Espírito Santos (Assovile). O presidente da entidade, Júlio César Valadares, destaca que esse foi o caminho encontrado para sensibilizar as autoridades. De acordo com Júlio César, até o início do ano, apenas as empresas do segmento se preocupavam com a pirataria de filmes, mas, após a realização de uma audiência pública na Câmara Legislativa, a discussão começou a ganhar força. "Foi essencial a parceira que firmamos com o Sindireceita, que, por meio da campanha, deu maior visibilidade a esse grave problema nacional", destacou.
Hoje, a recém-criada associação conta com aproximadamente 90 empresas filiadas e o trabalho desempenhado em parceira com os empresários do setor tem conseguido atrair a atenção de autoridades e representantes de outros segmentos. Em agosto passado, foi realizado um ato público em Vitória/ES contra a pirataria. Na oportunidade, foram destruídas mais de 100 mil cópias de filmes piratas. As polícias do estado, ainda de acordo com César, também passaram a atuar de forma mais efetiva. Em pouco mais de um mês, outras 48 mil cópias foram apreendidas. "Essa mudança de postura com certeza está relacionada ao trabalho de conscientização que a associação e as empresas do setor têm feito com o apoio do Sindireceita", destacou. O meio artístico também tem colaborado, conta o presidente da Assovile. A entidade estuda colocar "outdoors" por todo o estado com fotos do cantor sertanejo Leonardo vestido com a camiseta da campanha "Pirata: tô fora".
A mobilização dos proprietários de locadoras de vídeos repercutiu em todo o País. No dia 12 de setembro, com o apoio do Sindireceita, empresários e trabalhadores do setor mobilizaram-se contra a pirataria. Em Brasília/DF, o ato contou com a participação do presidente do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira. O setor de videolocadoras está entre os mais afetados pela venda ilegal de cópias piratas. Na Capital Federal, a manifestação reuniu mais de 500 pessoas na praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto. O presidente do Sindevideo/DF, Paolo Piacesi, agradeceu a participação do Sindireceita e destacou a atuação dos Analistas-Tributários e da entidade no combate à pirataria. Um dos organizadores do encontro, Valquer Bicalho, que é gerente de uma distribuidora de DVDs, também destacou o trabalho que o Sindireceita tem realizado e a importância da campanha "Pirata: tô fora. Só uso original!". Durante o ato em Brasília e em várias partes do País, os manifestantes usaram materiais da campanha realizada pelo Sindireceita.