Informação é a arma contra os piratas
Comerciantes de Palotina, no interior do Paraná, resolveram se unir para combater a pirataria. A cidade tem pouco mais de 27 mil habitantes e fica a 80 quilômetros da fronteira com o Paraguai, o que tem facilitado a entrada de produtos piratas e contrabandeados. Para tentar combater a venda de produtos ilegais, comerciantes pretendem lançar uma campanha de esclarecimento à população, que também tem o costume de ir ao país vizinhos fazer compras, o que afeta ainda mais a economia local.
Essa situação, conta a coordenadora de eventos da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Palotina (ACIPA), Leidiane Melo Blanger, levou à reunião dos representantes da associação e dos comerciantes e autoridades locais para mostrar à população os riscos e os problemas que a compra de produtos ilegais tem trazido à cidade. A idéia, segundo Leidiane Blanger, é lançar um movimento de esclarecimento social. "Vamos fazer um trabalho de esclarecimento da população. Nessas ações também vamos usar materiais produzidos pelo Sindireceita, especialmente da campanha "Pirata: tô fora", disse.
A marca também poderá, nos próximos meses, ser estampada nos produtos da Semp Toshiba que são vendidos no Brasil. A proposta está em avaliação pela direção da multinacional. De acordo com a advogada da companhia, Helena Falcone, a idéia nasceu após discussões internas sobre o impacto da pirataria no País. "A empresa não sofre diretamente com a pirataria, mas temos a consciência da gravidade do problema, e por isso, decidimos reforçar as ações de conscientização. Podemos contribuir e acreditamos em iniciativas dessa natureza", destacou.
O mercado fonográfico também acompanha de perto as ações que o Sindireceita tem desencadeado. Hoje, todos os CDs da gravadora Fama Music estampam no encarte a marca da campanha "Pirata: tô fora". A iniciativa, de acordo com o presidente da empresa, Wal Miller, foi uma reação ao avanço da pirataria no País. Miller acredita que é preciso formar no Brasil uma cultura de valorização do produto e da idéia original. Mas, Miller também destaca que não basta apenas realizar ações de conscientização é preciso tomar outras medidas. A própria empresa mudou a forma de atuação para concorrer com os produtos ilegais. Hoje, os Cds da gravadora chegam ao consumidor com preço final de R$ 9,90. "São discos com 15 músicas em média, o que permite ao consumidor comprar o CD de seu artista. Estamos conseguindo trabalhar, apesar das dificuldades. A luta contra a pirataria exige a participação de todos, do governo, das empresas e do cidadão. Essa cultural da ilegalidade é prejudicial a todos", afirmou.
Os prejuízos com a pirataria também são sentidos por empresas de desenvolvimento de software de todo o País. Depois de descobrir que programas criados pela empresa em que trabalha estavam sendo pirateados, Paulo Cunha, disse que foi preciso tomar medidas jurídicas, mas também de esclarecimento dos clientes. "Tivemos de reagir quando descobrimos que a empresa teve algumas de suas soluções pirateadas. Esse fato levou à criação de uma grande quantidade de cópias irregulares, colocando em risco as atividades da empresa, o que afeta também a vida dos colaboradores diretos e indiretos", destacou.
Paulo Cunha é assessor jurídico da empresa Audaces, que desenvolve softwares para automação industrial e distribui produtos em todo o País e na América Latina. Para tentar conter a pirataria dos programas da empresa, o departamento de markentig está desenvolvendo uma campanha direcionada aos clientes, com o uso da logomarca da campanha "Pirata: tô fora". "Buscamos, por meio de uma parceria com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, a possibilidade de desenvolver campanhas educativas e preventivas para coibir a pirataria dentro do segmento. Foi quando ficamos sabendo da existência da campanha "Pirata tô fora" e resolvemos usar esse conteúdo em nossas ações. Não há como enfrentar esse problema de forma isolada, é preciso haver a participação de todos", finalizou.