Observação de indigenista é a de que a intervenção de traficantes, garimpeiros e madeireiros alteram cenário no Acre.
O tráfico de droga e as concessões desenfreadas de exploração dos recursos naturais ameaçam ao menos 500 índios na fronteira do Brasil com o Peru. O alerta é do indigenista Terry Vale de Aquino, cujo problema ele afirma ter começado há décadas, mas que vem se acentuando nos últimos dois anos.
Este foi o principal ponto de discussão em encontro de lideranças indígenas do Brasil e do Peru e de representantes da Funai e da Funasa, na semana passada, em Rio Branco.
“Definitivamente, eles estão na rota do tráfico e da exploração de empresas de petróleo, de madeira e de garimpo”, alerta Vale de Aquino, com base em estudos que comprovam a situação.
Conforme o indigenista, a abertura de uma rodovia, que se inicia na Bolívia e vai até o Peru, também estaria afugentando índios isolados, na reserva territorial de Madre de Dios da bacia do Rio Acre.
“Uma das preocupações é com o conflito que essas mudanças possam trazer a esses povos”, alerta.
“Ao menos 120 quilômetros estão sendo abertos na região, onde vivem os arredios, e essas transformações têm causado mudanças até no calendário dos povos isolados”, ressalta Lucas Manchineri, da aldeia de mamoadate extrema, em Assis Brasil (distante 310 quilômetros de Rio Branco).