Gazeta do Povo/PR – 07/06/2011
Pelo menos 800 militares ocuparam na manhã de ontem os cerca de 200 quilômetros da fronteira do Paraná com o Paraguai e a Argentina durante a Operação Fronteira Sul 2011. A ação, voltada ao combate do CONTRABANDO e tráfico de armas e drogas, tem apoio da Polícia Federal, da Polícia Militar, da Guarda Municial, da RECEITA FEDERAL e da Marinha. Uma operação semelhante foi colocada em prática nos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul.
Divididos em nove tropas, os militares se espalham pelas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná e contam com bases em quatro cidades: Guaíra, Santa Helena, Foz do Iguaçu e Capanema. Eles fazem vistorias em pontos fixos e patrulhas móveis em locais estratégicos para conter a ação de contrabandistas que circulam com produtos ilícitos do Paraguai e da Argentina. Helicóptero, lanchas, barcos e cães farejadores também são usados para evitar o transporte de mercadorias e drogas. Em Foz, um dos pontos de bloqueio fica na BR-277, próximo à praça de pedágio de São Miguel do Iguaçu. A operação será realizada até o próximo dia 11.
O Comandante da 15.ª Brigada de Infantaria Motorizada, Ajax Porto Pinheiro, diz que o Exército não pode agir por iniciativa própria, apesar de ser muito fácil deslocar as tropas. "A brigada só pode tomar uma atitude e agir se houver uma determinação do Ministério da Defesa", afirma. Segundo Pinheiro, os Ministérios da Defesa e da Justiça discutirão a possibilidade de fazer outras operações menores, porém com mais frequência na região.
Até o início da noite, o exército ainda não tinha um balanço das apreensões. No entanto, a expectativa é de que o trânsito de mercadorias ilícitas e drogas na fronteira caia nessa semana. Na semana passada, antes de os militares saírem a campo, lojas do Paraguai anunciavam a operação em seus sites e avisavam os compradores para evitar a fronteira nesse período.
Segundo a polícia, no ano passado foram apreendidas 220 armas e 18 mil cartuchos na região fronteiriça de Foz. Conforme estimativas da própria polícia, as apreensões correspondem a 10% do volume de mercadorias, armas e drogas que passam pela fronteira.