Cunha defende manutenção de vetos a reajustes de servidores

Agência Câmara - 06 de outubro de 2015


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, defendeu, nesta segunda-feira, a manutenção de vetos presidenciais cuja votação está prevista para a sessão do Congresso Nacional desta terça-feira (6), a partir das 11h30. “Há uma consciência de que não podemos ficar contra a criação de impostos e criar mais despesas”, argumentou. Os itens mais polêmicos da pauta são o veto total ao reajuste salarial de até 78,56% para os servidores do Poder Judiciário e o veto à correção das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo com ganhos reais.


Cunha disse não ver problema na realização da sessão do Congresso marcada para amanhã: “Estão insistindo reiteradamente que a gente não quer que haja sessão de vetos. Da minha parte, eu não vejo problemas. O problema da semana passada [quando os vetos acabaram não sendo analisados] não foi meu, foi dos líderes.” Ele lembrou que o reajuste do Judiciário, chamado de "pauta-boma"  pela imprensa, veio de uma aprovação unânime do Senado, e não da Câmara.


TCU X Executivo
O presidente Eduardo Cunha criticou a decisão do Executivo de questionar a relatoria do ministro Augusto Nardes no julgamento do processo que analisa, no Tribunal de Contas da União (TCU), as contas do ano passado da presidente Dilma Rousseff. "Tirar o juiz de campo não é a melhor maneira  de ir para o jogo de futebol. Estão dando uma amplificação ao TCU; a última palavra é e será do Congresso Nacional."


O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), também criticou a decisão do governo de questionar a relatoria de Augusto Nardes. Segundo ele, é uma tentativa de constranger o TCU.


Pedidos de impeachment
Eduardo Cunha disse que deve avaliar nesta semana mais dois pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Questionado sobre o pedido do jurista Hélio Bicudo, o presidente afirmou que vai prestar mais atenção nele, por ter mais conteúdo.


PMDB e governo
Quanto ao PMDB, Eduardo Cunha defendeu novamente que o partido saia do governo. Ele não acredita que a reforma ministerial tenha mudado a posição dos parlamentares em relação ao Executivo: “Quem é contra continua contra. Quem era a favor continua a favor”.