Economistas dizem que BC deve manter taxa de juros

Jornal de Santa Catarina/SC - 19 de outubro de 2015


Há pouco o que esperar da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), organismo do Banco Central que decide os rumos da taxa básica de juros, a Selic. O órgão começa a se reunir amanhã e na quarta-feira anuncia sua decisão. Há um consenso entre os economistas de que a taxa será mantida em 14,25% ao ano.


Dois fatores levam a essa conclusão. O primeiro é o aprofundamento da recessão. Praticamente todos os indicadores da economia estão sendo revistos para pior. Segundo avaliação unânime do Comitê de Macroeconomia da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) a taxa não subirá mais porque agravaria um cenário já muito ruim:


Estima-se que o Copom não sobe o juros nos próximos meses e, se mexer, vai ser para reduzir, no final de 2016 diz Marcelo Carvalho, economista do Banco BNP Paribas Brasil e presidente do comitê.


A outra razão é ´o aumento da incerteza´. O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central, tem uma analogia para a situação:


O problema hoje não está no BC. O problema é político-fiscal: a incapacidade de se aprovar no Congresso as medidas do ajuste. Vamos supor que se aprovem duas ou três. Isso já melhoraria o cenário, então, é preciso esperar um pouco.


Persistência da inflação é fruto de erros do próprio BC


O tamanho da encrenca fiscal fez reacender um debate entre os especialistas: se o Brasil enfrenta ou não o que se chama de ´dominância fiscal´. Ou seja, se a política monetária perdeu efeito e a inflação só vai ceder quando o governo fizer o controle mais rigoroso dos gastos públicos.


Entre os economistas, há muita polêmica e nenhum consenso em relação ao tema. Independentemente, todos concordam que o governo precisa gastar menos para ajudar no combate à inflação.