Falta de um líder no PT para barrar adversários atormenta Dilma

Correio Braziliense - 06 de janeiro de 2016
Em um ano que será marcado pela batalha do impeachment, o partido da presidente, mais uma vez, enfrenta dificuldades em encontrar um nome para comandar a bancada de deputados. PSDB e PR, no entanto, já definiram os representantes


Enquanto a oposição entra em 2016 articulada e disposta a não facilitar a vida da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados, o PT sinaliza mais uma vez que o governo deverá enfrentar dificuldades com a falta de uma liderança aguerrida e capaz de barrar o movimento dos seus adversários.

A menos de um mês para a escolha dos novos líderes das bancadas, falta consenso no Partido dos Trabalhadores para a definição de quem será seu representante - em um ano que tende a ser o mais difícil para o Palácio do Planalto. Somente em 2 de fevereiro, os petistas se reunirão para eleger o novo representante da bancada, enquanto o PSDB fechou 2015 com Antônio Imbassahy (BA) à frente dos tucanos na volta do recesso parlamentar.


No PT, o acertado era que a corrente Mensagem ao Partido faria a próxima indicação, que no ano passado foi exercida por Sibá Machado (AC). Mas, como os próximos meses deverão ser de enfrentamento e de grande resistência do governo frente à oposição, deputados da legenda defendem nos bastidores a quebra desse acordo e a construção de um nome com real poder de articulação entre a própria bancada, o Palácio do Planalto e, principalmente, os movimentos sociais. Tudo isso na tentativa de minar a força da oposição focada em aniquilar o PT do poder do país. Mas o problema é: quem?


"Temos bons nomes e não estamos retardados na escolha desse articulador, está tudo tranquilo", desconversa o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), um dos parlamentares cotados para disputar a vaga de líder. Além dele, são citados Reginaldo Lopes (MG) e Afonso Florence (BA).


Serão os novos líderes os responsáveis por apresentar os nomes que vão compor a comissão especial do impeachment - daí a importância de o governo estar bem articulado na sua base para impedir que o processo vá para a frente e chegue aprovado ao Senado. Além do PSDB, que passou por um processo apertado de eleição do novo líder no fim de dezembro, o PR decidiu, por unanimidade, na bancada, reconduzir Maurício Quintella (AL) ao cargo.