O juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba, enviou ontem (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) as interceptações telefônicas nas quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com a presidenta Dilma Rousseff e com o ministro do gabinete pessoal da presidenta, Jaques Wagner.
Na decisão, Moro entendeu que a parte da investigação da Lava Jato em que autoridades com foro por prerrogativa de função foram grampeados fortuitamente deve ser analisada pelo STF.
"Já quanto ao presente processo, como fortuitamente foram colhidos diálogos com interlocutores ocupantes de cargos com foro privilegiado, é o caso de, independentemente da situação jurídica do ex-presidente, ainda assim remeter ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para eventuais medidas cabíveis", decidiu o juiz.
Com base na decisão proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que determinou, na sexta-feira (18), que Lula continue sendo investigado pela Justiça Federal em Curitiba, Moro decidiu que a parte da investigação em que pessoas com foro não aparecem deve continuar com ele.
Lula é investigação pela suposta ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro pela compra de uma cota de um apartamento no Guarujá e em um sítio em Atibaia (SP), que é frequentado pela família do ex-presidente.