Agenda do governo medirá força com Congresso parado

Desafio. Prioridades de votação do segundo semestre dividirão a atenção de parlamentares focados nas eleições municipais de outubro


Tempo e projetos prioritários precisarão convergir para que o Congresso não transforme em frustração a agenda do governo interino preparada para o segundo semestre. O recesso parlamentar termina na terça da semana que vem.
Num raro alinhamento, Palácio do Planalto, Câmara e Senado têm em comum a disposição de fazer votações voltadas, sobretudo, para a retomada do crescimento da economia. O êxito dependerá de um esforço para mudar a cultura nos anos de eleição: gabinetes e corredores esvaziados enquanto os palanques espalhados pelo país ficam lotados.


Eleito antes do recesso, o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer marcar a estreia no comando do plenário com votações importantes e anunciou na semana passada que haverá desconto para os deputados faltosos.


Focado na votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, previsto para entre 22 e 26 de agosto, o Senado tende a trabalhar com o freio de mão puxado.


O presidente interino, Michel Temer, tem se empenhado pessoalmente para a construção das prioridades.


No horizonte do governo, a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) e a proposta de teto do gasto público terão maior atenção.


Reformas Carente de amplas reformas desde 2003 - a últimas foram da Previdência e Tributária no governo Lula -, o país poderá ter pelo menos três apresentadas ao Congresso este ano.


A Trabalhista têm as linhas gerais definidas: priorizar acordos coletivos, regularizar a terceirização e manter o programa de emprego.


A fixação de uma idade mínima para aposentadoria ainda é uma trava à proposta de reforma da Previdência.


A reforma política defendida deverá ficar restrita, num primeiro momento ao fim das coligações nas eleições proporcionais e cláusula de barreira.