Mercado prevê inflação mais baixa em 2017

Valor Econômico - 1º de agosto de 2016


Melhoraram as expectativas dos participantes do mercado financeiro para a inflação de 2017, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC). O destaque ficou para a mediana de médio prazo do grupo Top 5, que vê o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo de 5% no ano que vem. A expectativa de inflação desse grupo que mais acerta as previsões saiu de 5,29% para 4,97% .


Quanto ao mercado em geral, a expectativa para a inflação do próximo ano cedeu pela quinta semana consecutiva, de 5,29% para 5,20%.


Esse alívio das projeções ocorre após a divulgação da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a primeira sob o comando de Ilan Goldfajn. No documento, o colegiado sinalizou que uma redução na Selic deve ser adiada enquanto as expectativas do mercado não convergirem para a meta de 4,5% em 2017, e enquanto o ajuste fiscal não for efetivado.


A mensagem mais dura do BC também pode estar por trás da revisão para a taxa básica de juros (Selic) deste ano no Focus, de 13,25% para 13,50%. O juro está atualmente em 14,25%. Para 2017, a estimativa seguiu em 11%. No grupo Top 5, as apostas permanecerram em 13,75% e 11,25%, respectivamente.


Ainda no Focus, a alta dos preços administrados também foi revisada e agora se espera elevação de 6,25% neste ano, em vez de 6,38%, e de 5,42% em 2017, e não mais 5,50%. A cotação do dólar no fim de 2016 saiu de R$ 3,34 para R$ 3,30 e, para o fim de 2017, foi mantida em R$ 3,50.


Quanto à inflação deste ano, a mediana do mercado em geral seguiu em 7,21% e a mediana de médio prazo do Top 5 passou de 7,20% para 7,16%. Em 12 meses, o IPCA deve aumentar 5,55%, em lugar de 5,63%.


Atividade


Depois de ser revisada para baixo na semana anterior, a previsão para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltou a ter melhora relativa, passando de queda de 3,27% para recuo de 3,24% neste ano. A mediana para 2017 seguiu em crescimento de 1,1%.


As projeções para a produção industrial não sofreram alteração. sendo de queda de 5,95% em 2016 e expansão de 0,75% no próximo calendário.